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O Reino de Deus na Alfândega

Uma crítica sobre a visão medíocre
 de vocação ministerial
“Ide e fazeis discípulos de todas as nações...” (Mt. Cap. 28 -19). Compreende-se a partir da análise exegética, e teológica do referido texto, que o reino de Deus não tem limites ou fronteiras geográficas, uma vez que sua ênfase é de espancionalidade, pois o mesmo é algo dinâmico. Paulo na carta de Efésios (Cap. 4 v. 11) enfatiza que Deus separou para si profetas, evangelista, pastores e doutores, para a finalidade de edificação da sua Igreja e a expansão do reino de Deus. Em análise lógica, fica evidente, que a expansão do reino de Deus é resultado da ação dos vocacionados. Diante da referida proposição citada, evidência conseqüentemente que o fracasso do reino de Deus é conseqüência dos pseudo-s-vocacionados.
Inúmeros são os conceitos negativos que dificultam o avanço do reino de Deus. Um dos erros descrito neste artigo é a limitação do reino de Deus causada por pseudo-s-vocacionados, que levam o reino de Deus para alfândega colocando limites literalmente geográficos. O reino de Deus na alfândega é literalmente o resultado negativo da inversão de valores criados na mente dos pseudo-s-vocacionados, que tem como causa a falta dos conceitos como: bom senso, análise critica da realidade, teologia contextual, abertura para diálogo, e unidade na diversidade subjetiva. Desta forma, o templo/edifício localizado dentro de um espaço geográfico e físico, torna-se um dos maiores limitadores do avanço e da extencionalidade do reino de Deus.
Os pseudo-s-vocacionados acreditam piamente que só poderão exercer os ofícios de suas vocações apenas dentro de quatro paredes estruturais de um templo. O templo neste caso literalmente se torna um gueto de pseudo-s-vocacionados, que não desenvolveram a capacidade de entender que o templo/edifício não é em si o reino de Deus. A concentração de pseudo-s-vocacionados acreditando que só poderão exercer tal chamada apenas dentro das estruturas de um templo/prédio contribui significativamente para um congestionamento e aglomeração de pseudo-s-vocacionados, em um mesmo espaço. Os quais lamentavelmente logo irão começar a se digladiar uns aos outros, principalmente quando se sente ameaçado. As articulações irão surgir, e entrará em cena o jogo do poder e as guerras ideológicas.
Diante de tal aglomerado de pseudo-s-vocacionados em um mesmo espaço cada uma desejará garantir sua subsistência ministerial. Desta forma, o darwinismo eclesiástico se afora na interioridade da natureza humana personificando-se e materializando-se em atitudes visivelmente anticristãs. Para muitos o estarem dentro de um templo/edifício, fazer parte de um grupo, de um departamento ou sobre uma tribuna diante de um pedestal é a única forma em que os mesmos acreditam ser possível para realizar tal vocação. Assim, fazem do templo/edifício um espaço geográfico e físico o único lugar das manifestações teofânicas do reino de Deus, e conseqüentemente de forma lamentável limitam o reino de Deus levando o assim para a alfândega “Reclusão”.
O vocacionado digno de aplauso não é aquele que faz da tribuna, do seu grupo, do seu departamento, do seu escritório, da sua mesa a sua única forma e exercer sua vocação, mas é aquele que entende que o desenrolar e a seqüência da chamada, estão além das portas de um templo/edifício. Está, nos relacionamentos do dia a dia, no fino trato, no respeito ao próximo, na valorização do outro, no respeito à subjetividade, na tolerância das diferenças, em promover justiça a quem precisa etc. Por isso, títulos, credenciais, cargos sem estes predicados, é apenas ouro de tolos.
Jesus compreendia muito bem o conceito de “além das portas de um templo/edifício” visto que seu ministério messiânico tinha como característica a ação centrifuga. O qual determinantemente foi executado por Jesus de (fora-externo) para (dentro-centro). Jesus inicia seu ministério messiânico na Galiléia (fora) em direção ao centro de Jerusalém-templo (dentro). Jesus não teve por objetivo ficar em Jerusalém no templo, mesmo sendo consciente que Jerusalém era a capital espiritual de Israel. Mas, contrariamente Jesus percorreu todo o Israel de cidade em cidade (Luc. Cap. 8 - 1).
Em visão holística e análise expressiva, o contexto da realidade eclesiástica atual apresenta uma carência da teologia da descentralização, para tirar o reino de Deus da alfândega. Um dos caminhos que pode ser apresentado é propor uma eclesiologia da descentralização como fez Jesus. Não se trata de forma alguma de um demérito sobre a importância dos templos/edifícios localizado em um espaço físico e geográfico. Mas sim, em compreender que o reino de Deus não se restringe apenas a isso, e que o reino de Deus é muito mais do que joguinhos de poder nos bastidores eclesiásticos.
O reino de Deus deve estar em expansão continua. Para isso é necessário a descentralização do poder, e da chamada para além das portas do templo/edifício. É necessário que os vocacionados ao fazer uso do púlpito interno de um templo/edifício tenham suas palavras legitimadas pelo uso do grande púlpito externo que é o mundo, a sociedades, as periferias, as praças, as ruas da cidade. Para que o reino de Deus tenha passe livre pela alfândega, e alcance o seu verdadeiro propósito.


Fonte Adlondrina.com
Sergio Adriano Ribeiro


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