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Israel vai atacar Irã: um blefe?

Até agora a maioria dos comentaristas na mídia internacional tem apontado que a ameaça do governo israelense em relação ao Irã (bombardear suas instalações nucleares) pode ser um mero blefe, uma forma de pressão (chantagem?) sobre as potências do Ocidente para que elas desencadeiem mais represálias econômicas e políticas sobre a antiga Pérsia.

Pode ser. Mas e se o blefe sair do blefe? Isto é, um blefe, como na partida de pôquer, pode deixar de sê-lo, se o adversário aceitar a parada. Aí o jogo desanda.
 
Bem, além da guerra propriamente dita, o fim do mundo estará próximo. A primeira conseqüência de um ataque de Israel contra o Irã será o congelamento do que resta da já combalida primavera árabe. A Síria fechará com o Irã, a Turquia reterá seu apoio aos insurgentes contra o governo de Damasco, a relação de Tel Aviv com o novo governo do Egito entrará em definitiva moratória. Haverá mais ataques terroristas contra o território israelense.
 
O preço do petróleo subirá às nuvens de novo. A recessão mundial vai se aprofundar, com efeitos catastróficos em todas as frentes. Ficará mais difícil para os Estados Unidos e a Europa se recuperarem.
 
A retirada das tropas norte-americanas do Iraque e do Afeganistão estará ameaçada, e nesse quadro conturbado, a reeleição de Obama ficará improvável. Subirá a candidatura, no mínimo, de Mitt Romney, o menos maluco dos republicanos, ou de algum dos outros, mais malucos.
 
O que mais? Netanyahu terá conseguido uma frente única em Israel, num momento em que seu governo enfrenta contestações e protestos em função de sua política econômica. Terá arrastado não só seu partido mas também Ehud Barak numa aventura sem fim.
 
Os aiatolás iranianos serão reforçados, em detrimento de Ahmadinejad, o que reforçará mais ainda os falcões israelenses.
 
Complicado, não? Mas o mais complicado é que Netanyahu pode estar pensando exatamente nisto.

Informções Rede Brasil Atual

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