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Cristãos e muçulmanos se unem contra pornografia

Grupos religiosos querem banir
filmes pornôs de hotéis
Uma carta escrita um líder cristão e um líder muçulmano foi enviada para vários executivos da indústria hoteleira pedindo que os hotéis parem de oferecer conteúdo pornográfico nos quartos.

Robert P. George, professor da Universidade de Princeton e ex-presidente da Organização Conservadora Nacional para o Casamento, e Shaykh Hamza Yusuf, co-fundador do Zaytuna College, uma universidade muçulmana, assinaram conjuntamente uma carta onde exortam os donos de hotéis a “fazer o que é certo como uma questão de consciência”.

“Somos, respectivamente, um cristão e um muçulmano, mas apelamos que não com base em verdades reveladas em nossas Escrituras, mas com base em um compromisso que deve ser partilhado por todas as pessoas de boa vontade e defensores da razão. Queremos um compromisso para com a dignidade humana e o bem comum”, diz a carta.

Embora pareça estranho para alguns, a causa uniu duas religiões distintas. Yusuf diz que eles foram capazes de pôr de lado suas diferenças em outras questões por causa de seu compromisso com esta causa. “Precisamos lembrar que as coisas que ameaçam a nossa sociedade de hoje são muito mais graves do que qualquer coisa que possa nos dividir”, disse ele à CNN.

A reação à carta foi negativa por parte de algumas estrelas de filmes adultos. Craig Gross, pastor e fundador da XXXchurch.com, diz a carta é um gesto vazio, sem poder real por trás dela.

“É uma das coisas mais estúpidas que eu já li”, disse Gross. “É como pedir que a Internet pare de vender pornografia. Parece bom e tudo mais, mas não vai dar certo”.

Mas os autores da carta afirmam que a Internet e os hotéis são diferentes, pois os proprietários de hotéis lucram diretamente com a “tentação da pornografia”.

“Nós pedimos que você acabe com a pornografia em seus hotéis porque é moralmente errado tentar lucrar com o sofrimento, a degradação ou a corrupção dos outros”, afirma a carta. “Você está colocando a tentação no caminho das pessoas – a tentação apenas por causa do lucro. Isso é injusto. Além disso, o fato de que algo é escolhido livremente não faz com que isso seja certo.”

Na opinião de Gross, essa lógica é complicada. Quando os aviões oferecem acesso grátis a WiFi, estão colocando a tentação no caminho de quem deseja ver pornografia na Web? O pastor Gross tem uma longa história ajudando pessoas viciadas em pornografia, e seu site é dedicado a ajudar essas pessoas. Segundo ele, a remoção de pornografia de hotéis é um esforço inútil.

Mas de acordo com um levantamento de 2005 sobre o entretenimento adulto, feito pelo Adult Video News, um jornal especializado no comércio da indústria de filmes adultos, 55% dos filmes assistidos em quartos de hotel são pornôs. A receita média de aluguel de filmes, de acordo com LodgeNet, empresa que fornece entretenimento para hotéis, foi US$ 16,51 por quarto a cada mês em 2008. No terceiro trimestre de 2009, isso rendeu à LodgeNet 64,8 milhões de dólares.

Já um relatório de 2011, elaborado por Robert Mandelbaum, da Colliers PKF Hospitality Research, aponta que de 2000 a 2009, a receita de aluguel de filmes para hotéis, em geral, diminuiu 39%.
Mesmo antes desta carta, no entanto, alguns hotéis se comprometeram a remover a pornografia de sua programação ou já haviam retirado. Outros disseram que vão analisar a possibilidade.

Em 2011, o Marriott International – empresa fundada por um membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, os mórmons – prometeu suprimir progressivamente os conteúdos adulto de todos os seus quartos de hotel. A mudança veio depois que grupos como o Focus on the Family se reuniu com funcionários da cadeia Marriott para exortá-los a remover os filmes adultos.

“Conteúdo adulto está fora do menu em praticamente todos os nossos hotéis recém-construídos”, diz a declaração oficial do Marriott. “Ao longo dos próximos anos, esta será a política em nosso sistema.”

Outras redes hoteleiras, como a Omni Hotels, retirou todos os filmes adultos de suas TVs em 1999.
A Associação Americana de Hotéis & Pousadas, no entanto, se manifestou, defendendo o direito dos hotéis escolherem quais serviços devem oferecer em seus quartos.

Traduzido de CNN
Gospel Prime

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