Ser alguém. Cedo ou tarde, em algum ponto da nossa vida, esse desejo surge. A combinação de diversos fatores determinarão em parte os meios que cada pessoa usará. Educação, cultura, família, oportunidades. Cada item dá a sua parcela em nossa formação. Somos produtos do nosso meio com todas as boas e más influências.
Em meio a esse caldo estamos nós. Nosso caráter, temperamento, escolhas. Não conheço Mark David Chapman, apenas por notícias que saem na mídia é que tenho informações. No mês de dezembro de 1980, em frente ao prédio onde John Lennon morava, ele matou o ex-Beatle. Julgado, comprovado e provado o crime, ele foi sentenciado a prisão perpétua.
Mark hoje está com 57 anos. Desde 2000, a cada dois anos, tem direito por lei a pedir liberdade condicional, já o fez por seis vezes e não conseguiu. Tentará agora o sétimo pedido. Na última vez que tentou conseguir a liberdade condicional usou o seguinte argumento: Fiz o que fiz porque queria me tornar alguém, mas me tornei um assassino, e assassinos não são ninguém.
Mark queria ser alguém. Exagerando as palavras que ele proferiu, tornou-se um Zé Ninguém. A sede de ser alguém confunde e contamina o coração de muitos. As provocações estão por toda parte: Você tem que entrar numa academia para ser alguém com um corpão. Precisa ter um carrão para ser alguém respeitado. Precisa freqüentar os melhores lugares para ser alguém popular. Precisa ter cargos e posições para ser alguém superior.
Tudo isso ultrapassa o que chamamos de provocações, são iscas que uma vez mordidas, matam. Como Mark matou Lennon na expectativa de ser alguém, muitos estão matando valores, verdades, relacionamentos, sacrifícios, etapas, éticas, pudores, para conseguir ser alguém. O tiro, óbvio, tem saído pela culatra, fazendo surgir um Zé Ninguém atrás do outro, perpetuamente presos em suas próprias decisões inconseqüentes.
Se Mark vai conseguir a desejada liberdade condicional eu não sei. Em Cristo eu sei que todos nós podemos viver livres. Ele nos chama das trevas e nos faz mais que alguém, nos faz filhos. Filhos que já não se iludem com as falsas promessas de liberdade do mundo, mas que se agarram as promessas libertadoras dAquele que não trata a ninguém como ninguém, e sim como alguém salvo, amado e filho.
Paz!
Por Edmilson Mendes
Guiame
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