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Como o Papa Francisco poderia ensinar alguns líderes evangélicos?

Há muito bom senso na postura deste apóstolo Francisco, condizente com as raízes da fé cristã
Infelizmente parece estar acontecendo uma troca de inversões no cenário religioso católico/evangélico brasileiro. Eu explico: a passagem do Papa Francisco pelo Brasil fez muitos cristãos refletirem sobre vários assuntos relacionados com a autoridade eclesiástica pessoal da figura apostólica do pontífice.

Primeiramente como cristão, eu acredito na autoridade do ministério apostólico, como ferramenta de condução e desenvolvimento da igreja, assim como professores, evangelistas, pastores e profetas. Creio que a igreja cristã protestante, na sua história e na separação teológica de Roma, negou o movimento apostólico como realidade ministerial dentro da igreja, muito mais por questões ideológicas do que doutrinárias.

Obviamente sei que o apostolado não é pertencente à um homem, é da Igreja, e não está representado pela denominação “x” ou “y”, mas não é a discussão teológica do ministério apostólico que está em pauta, e sim a postura pessoal de um apóstolo ante a responsabilidade de conduzir a sua igreja. Neste caso, o Papa Francisco.

É fundamental dizer que existem sérias divergências entre a teologia católica romana, e a teologia protestante histórica. A mariolatria, a salvação universalista, a bula papal, e tantas outras doutrinas, porém, foi a pessoa do Papa chamou a atenção de todos nestes dias.

Acredito que o Papa mostrou simplicidade ao voar em um avião comercial, enquanto outros apóstolos ostentam o seu “próprio” avião. Gostei de ver que as exigências de seu quarto beiravam o comum, enquanto que outros apóstolos exigem hotéis cinco estrelas e tratamento VIP. É sabido de todos que artistas e pregadores ostentam riqueza em seus trajes, anéis de ouro cheios de pedras e outras excentricidades.

Em todos os discursos do Papa, não ouvi ele falar uma única vez em dinheiro, pelo contrário, ele deixou claro que dinheiro é um ídolo de nosso tempo, de todos, inclusive da própria igreja católica romana que teve o escândalo da lavagem de dinheiro pelo banco do vaticano exposto pelo famoso “vatileaks” na mídia mundial.

Não ouso dizer que estas atitudes evidenciam qualquer mudança na cúria romana. Acredito que a igreja católica romana precisa de muitas e incisivas transformações. Mas há muito bom senso na postura deste apóstolo Francisco, condizente com as raízes da fé cristã. Eu valorizo pessoas como o Papa. Apesar de uma fé diferente em muitos aspectos, seu caráter é louvável, seu comportamento é digno de homens sérios e comprometidos com a simplicidade cristã. Talvez Francisco possa nos ensinar algumas destas coisas na liderança de nossas igrejas!

Pr. Bruno dos Santos
Guiame

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