Existe a tradição de dois "santo" sepulcro de Jesus em Jerusalém, um católico e outro evangélico, qual é o verdadeiro? Parte 4

Sepulcro Católico.

..............Um famoso e triste acontecimento havia ocorrido durante a invasão do Imperador Adriano em 133dc.

Ainda havia em Jerusalém na época desta invasão (apenas 100 anos após a crucificação) a tradição do local da sepultura de Jesus acontecimento que ainda era muito recente e os seguidores de Jesus nunca perderam de vista o local e ainda cultuavam o local onde Jesus fora sepultado e ressuscitado.

Porem ao contrario do sepulcro Evangélico de Gordon, o local do sepulcro católico ficava fora da cidade ate a morte de Calígula em 41dc, como já vimos. As muralhas atuais são do sultão Sulayman o Magnífico, erguida por volta de 1540 em torno de todas as muralhas anteriores, e assim esta ate hoje.

Adriano que havia acabado de destruir Jerusalém totalmente em 133dc, fez erguer sobre suas ruínas uma outra cidade totalmente pagã por nome de Aélia Capitolina, uma cidade romana, onde os judeus foram proibidos de entrar.

Então, depois sua atenção se voltou para os Cristãos que pretendendo ele banir esta nova "religião" identificou o local onde os seguidores de Jesus ainda visitavam como sendo o sepulcro de Jesus, afinal era muito recente na memória de todos e havia se passado apenas 100 da crucificação sepultamento e ressurreição e apenas 51 anos do primeiro concilio de Jerusalém - Adriano a exemplo do que também fez no local do gólgota, deliberadamente também profanou o sepulcro destruindo e modificando completamente , e fez se ergueu no local um templo pagão a deusa Vénus ou Júpiter, não se sabe ao certo.

Foi graças a esta profanação do Imperador Adriano em 133DC, que a existência deste local chegou ate o ano de 326 quando a Imperatriz Helena foi a Israel em busca dos locais bíblicos relacionado com a vida de Jesus. Não só por isto, mas também Eusébio de Cesárea (265-339 DC) afirma em uma de suas obras que a comunidade cristã de Jerusalém realizou cultos no local ate 66dc, ano do inicio da revolta dos Judeus.

Sócrates Escolástico (305-439DC) Historiador grego e cristão nascido em Constantinopla, autor da " História eclesiástica", faz a mesma afirmação de Eusébio.

Helena identificou este local onde ainda estava (no ano 326DC) o pequeno templo que Adriano havia construído (em 133DC) abandonado, sujo, cheio de lixo e comprou o local.

Ela destruiu o templo de Adriano, limpou tudo e restabeleceu novamente no mesmo local a veneração e culto ao nascimento de Jesus, e não apenas isto, mas também fez-se erguer no mesmo local uma igreja, conhecida hoje como BASÍLICA DO SANTO SEPULCRO, que teve sua inauguração em 336dc no mesmo local da sepultura de Jesus, em cujo complexo esta também o local em que os romanos faziam suas crucificação em Jerusalém. Helena não participou da inauguração, pois faleceu 6 anos antes ente 329/330DC.

Graças a uma ousada profanação do imperador Adriano o local ficou preservado ate a época de Helena por volta de 326.

Em 614DC Jerusalém caiu nas mãos do Persa, e a igreja foi incendiada. Somente a igreja de Belém fora poupada de destruição. Em 628DC é a vês dos Bizantinos através do comandante Heraclius reconquista Jerusalém o santo sepulcro fora reconstruído em proporções bem menores e modesto.

Em 640, a cidade de Jerusalém, bem como toda a Palestina, foi conquistada pelos muçulmanos. Porem incrivelmente os primeiros líderes muçulmanos de Jerusalém foram extremamente tolerantes para com os Cristãos. Foi somente durante um motim no ano de 966, partes da igreja como as portas e o telhado foram queimados.

No ano de 1009, um califa Fatimída por nome Al-Hakim ordenou a destruição das igrejas de Jerusalém, começando pela igreja do Santo Sepulcro, somente os pilares da igreja, que datavam da época de Constantino I e sua mãe Helena sobreviveram à destruição. 

Foi justamente a notícia da destruição da igreja do santo sepulcro um dos fortes motivos da origem das Cruzadas. Em 1099, os cruzados conquistaram Jerusalém e deram inicio a reconstrução de uma nova basílica, cujos fundamentos, piso, coluna são os mesmos originais da primeira igreja de Helena.

Por Carlos Caprice

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