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Ficamos brincando com fogo, até que um dia nos queimamos...

Lembro-me com certa nostalgia de minhas brincadeiras de criança. Quem não se delicia com essas boas lembranças?

Tinha uma especial atração pelo fogo. Doces momentos passados com meus irmãos ao redor de fogueiras, assando milho verde, batata doce, apreciando aquelas labaredas.

Contudo, algo muito peculiar ficou ressoando dentro de mim como que dando voz a voz da minha consciência. Minha mãe gritando um grito de alerta ao me ver brincando com fogo. Eu pegava sacolas de plástico, enrolava em pedaços de madeira e metia fogo para ver gotas de fogo pingando da madeira. -”Menino, não brinca com fogo que você acaba se queimando!” Ainda posso ouvir seus gritos tinindo em meus ouvidos.

Como uma figura pertinente, podemos sim nos acostumar com alguns hábitos que nos prestam um baita desserviço e podem dar a falsa impressão de que não são nocivos. Às vezes por não executarem um juízo rápido, ou não percebermos o germinar da semente maligna, esses hábitos cheios de prazeres efêmeros, nos ludibriam como pingar do fogo que nos distraem. Ficamos brincando com fogo, até que um dia nos queimamos!

Não é difícil cauterizar a consciência em função de uma prática perniciosa quando lidamos com ela como se perniciosa não fosse, isto é, brincando com fogo. O desleixo pode fazer com que nos acostumemos com a paisagem, nem sempre bela, montada para, pela isca do prazer momentâneo, nos deixar cativos.

Todos nós podemos, de quando em vez, sermos tentados a ceder, quebrando princípios espirituais e naturais. A consciência da responsabilidade que temos, o senso de que nossas atitudes não alteram apenas nossas vidas, mas a vida de tanta gente que faz parte da nossa vida, corroboram para que não haja relaxamento nunca!

Podemos sim ser afetados por enganos e estar com patologia de ” anorexia espiritual”. Sabe o que isso? Vou dizer. Você olha sua vida espiritual e se vê forte, gordo, bem alimentado, recusa todo alimento, quando na verdade está fraco, magro e definhando.

No que vemos, no que ouvimos, no quanto e o que comemos, na maledicência, nos sites impróprios, na ausência de comunhão com Deus, no relaxamento da vida espiritual, nas motivações erradas, nas coisas que são lícitas, mas que não edificam, nas inimizades, no flerte com a imoralidade, na arrogância, no orgulho, nas nossas associações equivocadas, enfim, em todo fogo que não vem de Deus e que pode nos “queimar”, possamos ouvir àquela voz amorosa de Mãe :dizendo – “menino, não brinca com fogo que você acaba se queimando!”
  
Por- Edmilson Nunes
via Verbo da Vida

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