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Pesquisa atesta que 69% rejeitam liberação da maconha, diz jornal

Se depender da maioria da população do Rio de Janeiro, a maconha continuará sendo uma erva proibida. Pesquisa realizada pelo Instituto GERP, encomendada pelo jornal ‘O Dia’, aplicada em 870 pessoas do estado, entre os dias 18 e 23 de abril, revela que 69% dos entrevistados são contra a legalização da droga. Já os que defendem a liberação para qualquer finalidade somam 17% e, apenas para uso medicinal, 10%.

De acordo com a pesquisa, 56% dos que não aceitam a legalização apontam o aumento da violência como principal motivo da rejeição. Um grande contingente (42%) é contra por acreditar que a droga faz mal à saúde. Porém, a questão divide especialistas da área médica.

O coordenador da Câmara Técnica de Psiquiatria e Saúde Mental do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Miguel Chalub, afirma que a erva “é inofensiva” e não contém componentes químicos que causam dependência.

Já o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, defende que a maconha pode causar doenças mentais graves. “A droga desencadeia quadros de esquizofrenia, bipolaridade, transtornos depressivos e quadros psicóticos, como alucinações. Não se pode brincar com isso”, afirmou.

Para a juíza Maria Lúcia Karam, presidente da LEAP Brasil (Law Enforcement Against Prohibition), uma entidade internacional com sede nos EUA que combate a proibição de drogas, a questão deve ser pensada em torno da violência. Segundo Maria Lúcia, se a maconha fosse legalizada, quebraria o ciclo vicioso da indústria do tráfico.

Maconha como remédio no Brasil
Na última quinta-feira (15), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou que estuda alterar, até o fim de junho, a importação de medicamentos pelo Brasil que levam canabidiol, substância presente na maconha, e que trata doenças neurológicas. Países como Canadá, Estados Unidos, Israel e Holanda já permitem o uso terapêutico da erva.

O diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo, Elisaldo Carlini, que não defende a legalização da droga para uso recreativo, é a favor do uso medicinal da substância. Segundo Carlini, o canabidiol é o melhor tratamento que existe atualmente para esclerose múltipla, mais que a própria morfina.

“O efeito analgésico dela é bem melhor. Também funciona para epilepsia e enjoos de quimioterapia. O país está atrasado em não legalizar para uso medicinal. Só pode haver perda de memória no momento do consumo, assim como outros medicamentos também podem produzir efeitos colaterais”, explica.

Fonte: O Dia
Verdade Gospel

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