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"Mais lenha na fogueira da intolerância", diz Roberto de Lucena sobre novas publicações de Charlie Hebdo

Níger - O novo secretário de Turismo de SP lamentou as novas publicações do jornal francês "Charlie Hebdo", que resultaram em diversos protestos / ataques no Níger e criticou a falta de posicionamento do governo brasileiro com relação ao terrorismo.


Dias após os ataques que aterrorizaram a França no início deste mês de janeiro (2015), o jornal satírico Charlie Hebdo voltou a publicar charges envolvendo a figura do profeta Maomé. As capas voltaram a estimular protestos e ataques a igrejas e bases missionárias, em países da África, como no caso do Níger (região norte).

Em sua página oficial do Facebook, o novo secretário de Turismo de São Paulo, Roberto de Lucena postou comentários sobre as os fatos subsequentes às mais novas publicações do jornal satírico francês e também criticou a falta de posicionamento do governo brasileiro com relação ao terrorismo.

"Sinto falta do meu país se posicionar com mais clareza contra o terrorismo. Eu pelo menos não vi uma clara manifestação de repúdio do Governo Brasileiro em relação à ação terrorista na França", disse.

Em outra publicação, Lucena mencionou uma frase dita pelo Papa Francisco, enquanto o Pontífice respondia a questões sobre os ataques terroristas na França e as charges publicadas pelo jornal francês, envolvendo islamismo, judaísmo e até mesmo o cristianismo.

"Se xingar a minha mãe, espere um soco", disse o papa ao ser questionado sobre a "liberdade de expressão" e seus limites. Francisco ainda afirmou que "a liberdade de expressão não dá a ninguém o direito de ofender a fé de outra pessoa".

"Assisti a essa manifestação na TV Uol e me impressionei mais uma vez com a sinceridade e objetividade com que o Papa Francisco se posiciona sempre. Defendo também a liberdade com responsabilidade", confessou.

"A liberdade de expressão no limite em que ela não ofenda o direito do outro de não ser ofendido. Ainda, no entanto, considero injustificável, inaceitável e condenável qualquer ato terrorista, seja na França ou na Nigéria, como lembrou o amigo Persil, ou qualquer outro lugar, e me solidarizo mais uma vez com os familiares e entes queridos das vítimas dessas barbáries, com o povo francês e o povo nigeriano".

Na noite da última terça-feira, Lucena publicou um breve texto, lamentando a atitude do jornal francês, que publicou novas charges envolvendo figuras do islamismo, mesmo depois de o mundo ficar aterrorizado com a violência promovida por extremistas em razão de charges anteriormente expostas nas capas do veículo de comunicação.

Confira abaixo o texto de Roberto de Lucena sobre o assunto:

Lamento a disposição do Jornal Francês Charlie Hebdo de colocar mais lenha na fogueira da intolerância.

Defendo a liberdade de expressão, um dos pilares da democracia, assim como defendo a liberdade religiosa como um direito humano fundamental.

Preocupa-me o ambiente cada vez mais hostil, contaminado de fobias religiosas e intolerância no mundo. Nada disso compensa. Trata-se de uma tragédia anunciada. Todos temos que tirar lenha da fogueira.

No Níger (norte da África), nesse sábado, dia 17, uma onda de ataques em protesto a nova charge do profeta Maomé na revista Charlie Hebdo destruiu duas igrejas presbiterianas brasileiras na capital Niamey, e outras duas igrejas e uma escola sob o comando de missionário brasileiros também foram atingidas.

O Brasil através de sua diplomacia, e através de sua pacífica, ordeira e numerosa comunidade islâmica, pode fazer alguma coisa num momento como esse de grande tensão.

Enquanto deputado federal, apresentei ao Congresso Nacional proposta legislativa de autorização para que o presidente da República possa romper relações diplomáticas e comerciais com países que promovam ou tolerem a perseguição religiosa ou desrespeitem os direitos humanos.

Nenhum de nós pode ou deve estar indiferente a esse cenário cada vez mais catastrófico e conturbado.
Paz!

Que Deus nos abençoe e ao Brasil!

Fonte: Guiame, João Neto

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