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Fé ameaçada: ataques a igrejas intensificam perseguição a cristãos em vários países


Conheça os dez países onde é perigoso ser cristão
No dia 15 de março, pelo menos 15 pessoas morreram e cerca de 80 ficaram feridas em duas explosões contra uma igreja cristã. O ataque aconteceu em Youhanabad, bairro onde vivem aproximadamente 100 mil cristãos, na cidade de Lahore, no Paquistão.

O grupo taleban Jamaat-ul-Ahrar assumiu a autoria do ataque, enfurecendo os moradores. Com os ânimos inflamados, eles acabaram linchando e queimando dois suspeitos, segundo a porta-voz da polícia de Punjab, Nabila Ghazanfar Foto: REUTERS/Mohsin Raza

A polícia local acredita que os homens-bomba iriam explodir duas igrejas: uma católica e outra protestante, que ficam próximas e reúnem cerca de 500 pessoas. Ataques a cristãos e outras minorias religiosas são frequentes no Paquistão, ao longo da última década.

Cristãos, que compõem menos de 2% da população formada por mais de 180 milhões de paquistaneses, acusam o governo de fazer pouco para protegê-los. Segundo eles, os políticos são rápidos para oferecer condolências após um ataque, mas lentos para melhorar a segurança

Nigéria Também no domingo, cerca de 45 pessoas morreram na aldeia de Egba, no Quênia. O número da polícia é contestado por Audu Sule, político local, que disse à reportagem da BBC, que pelo menos 81 pessoas morreram no ataque feito com rifles Kalashnikov.

Homens armados atacaram durante a madrugada, enquanto os agricultores ainda dormiam. Confrontos pela ocupação da terra são frequentes entre criadores de gado muçulmanos fulani e comunidades cristãs agrícolas, principalmente no centro da Nigéria, país dividido entre o norte de maioria muçulmana e o sul majoritariamente cristão

Os conflitos já causaram 10 mil mortos nos últimos 20 anos, no centro do país, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch. Criadores de gado se queixam que perderam terras para agricultura, afirmando que são vítimas de uma discriminação sistemática.

A Nigéria ainda sofre com as atrocidades cometidas pelo Boko Haram, grupo militante nascido em 2002, cujo objetivo é fazer oposição à educação ocidental no país


Perseguição religiosa - De acordo com dados da organização cristã internacional Portas Abertas, atualmente, mais de 100 milhões de cristãos são perseguidos em mais de 60 nações.

Há mais de 20 anos, a organização elabora anualmente, a Classificação da Perseguição Religiosa que lista os 50 países com maior grau de perseguição aos cristãos. Nigéria e Paquistão estão entre os dez países que mais perseguem cristãos no mundo. O topo é liderado pela Coreia do Norte, seguido pela Somália, Iraque, Síria, Afeganistão, Sudão, Irã, Paquistão, Eritreia e a Nigéria 

Coreia do Norte - Há 13 anos consecutivos, o país comandado por Kim Jong Un, é o pior lugar para o cristão praticar sua fé, de acordo com dados da Portas Abertas. A Coreia do Norte é a que mais ocupou por mais tempo a liderança da Classificação da Perseguição Religiosa, desde que foi criada, em 1994. Apesar das dificuldades, a organização estima que há cerca de 400 mil cristãos no país

Somália - Um dos maiores inimigos dos cristãos no país é o grupo militante Al-Shabaab, que costuma atacar cristãos e as comunidades locais. Segundo a Portas Abertas, alguns cristãos foram forçados a fugir para outros países

Iraque - De acordo com dados da organização, o Iraque contava com mais de 1 milhão de cristãos em 2003. Hoje restam menos de 350 mil. Em 2014, a situação piorou com a chegada do Estado Islâmico. Muitos tiveram que se refugiar em outros países para não morrer

Síria - A guerra na Síria, que completa quatro anos em 2015, deixou mais de 200 mil mortos, quase 4 milhões de refugiados e cidades destruídas. O conflito piorou a perseguição aos cristãos. Segundo a Portas Abertas, muitos foram raptados, feridos ou mortos e muitas igrejas foram danificadas e destruídas

Afeganistão - No país não há igrejas e muitos cristãos preferem manter segredo sobre sua religião. Os convertidos têm até três dias para se retratarem de sua conversão, ou podem ser mortos por apedrejamento, privação de todos os bens, e anulação do casamento. A conversão de um muçulmano a outra religião pode ser punida com a morte em algumas interpretações da lei islâmica afegã, segundo informações da organização

Sudão - Líderes de igrejas do país relatam que o governo está mais rigoroso no controle de reuniões de orações e sobre os templos. Para eles o Estado pretende eliminar a religião do Sudão. Convertidos correm o risco de ser enforcados, ou ter a casa queimada, de acordo com a Portas Abertas

Irã - A organização relata que cristãos são interrogados, presos e agredidos, e que cultos são monitorados. As igrejas oficiais, registradas pelo governo, contam com 150 mil membros, mas acredita-se que há pelo menos 300 mil cristãos secretos, sendo a maior parte ex-muçulmanos convertidos

Paquistão - A constituição do país traz que o islamismo é a religião do Estado, mas permite que minorias religiosas tenham condições de praticar sua religião com segurança. Mas os ataques às igrejas e minorias religiosas mostram que a realidade é diferente

Eritreia - Localizada na África, o país tem, atualmente, cerca de 1.500 cristãos presos. Alguns ficam detidos em contêineres de metal, onde a temperatura pode alcançar os 50° Celsius. A organização relata que desde 2002, todas as igrejas evangélicas estão fechadas e precisam de autorização para funcionar

Nigéria - O sequestro de meninas, destruição, mortes e aldeias destruídas, deixaram em evidência as ações do grupo radical Boko Haram, grupo criado em 2002, cujo objetivo é fazer oposição à educação ocidental. Segundo a Portas, o governo também contribui com a perseguição ao impedir que cristão pratiquem sua fé com liberdade, além de negar acesso a instalações básicas como escolas e poços artesianos 

R7/PortasAbertas/AgênciasInternacionais

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