Internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital em Miami, na Flórida (EUA), a bebê Sofia de Gonçalves Lacerda, de um ano e oito meses, teve piora em seu estado de saúde e corre severo risco de morte.
A informação é do médico brasileiro Rodrigo Vianna, diretor de transplantes do Jackson Memorial Hospital, onde a pequena Sofia está internada.
A brasileira, que nasceu portadora de uma síndrome rara que afeta o funcionamento de todo o sistema digestório, teve que passar por um transplante multivisceral de cinco órgãos, mas se recuperava em casa antes de ter sido internada novamente.
Ela contraiu um vírus chamado CMV (citomegalovírus), mesmo que causa catapora e variações de herpes. "Em pacientes com imunidade baixa, como o caso da Sofia, o vírus tem efeito potencialmente letal", disse o médico.
Ele informou ainda que todos os órgãos transplantados por Sofia estão em perfeito estado, mas que o caso dela preocupa porque o vírus também se alojou no pulmão, causando uma pneumonia resistente.
"Os remédios que inibem a rejeição foram retirados e dois antivirais estão sendo ministrados. Mas não há muito o que fazer. Ela tem que lutar e conseguir eliminar o vírus", disse.
O médico ainda ressaltou que Sofia é "muito querida" por toda a equipe. "Minha relação com a família é pessoal, tenho um carinho enorme pela Sofia. Fizemos tudo o que podia ser feito, e continuaremos fazendo. Mas a situação é grave", afirmou Vianna.
Sem previsão de alta
Vianna informou ainda que a bebê não tem previsão de alta. Depois que realizou o transplante, em 10 de abril, Sofia chegou a receber alta e ir para casa, em 2 de julho, mas, desde então, teve que ser internada duas vezes por conta do vírus.
A piora no quadro clínico de Sofia foi acompanhada de uma mudança das postagens nas redes sociais e declarações feitas por familiares. Antes dominada por postagens de otimismo, o novo foco é pedido de orações.
"Diante de ti, Senhor, quero pedir pela vida de nossa pequena Sofia", disse Patrícia Lacerda, mãe da Sofia, em um grupo criado ontem e que pede orações para a brasileira.
Apesar da gravidade do caso, Patrícia informa que confia nos médicos responsáveis pelo tratamento e que tem fé que a filha irá superar o problema. "Ela é uma guerreira. Está com o vírus no corpo todo, mas está sendo medicada. Temos fé que logo ela estará brincando em casa e agradecemos todas as orações", afirma.
O caso
Sofia nasceu em 24 de dezembro de 2013 e permaneceu internada no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP). Lá, a menina recebeu atendimento e a família teve a confirmação de que ela era portadora da Síndrome de Berdon, condição rara que compromete o funcionamento do sistema digestório.
bol
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