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Cunha e Dilma na corda bamba: Quem cai primeiro?

A crise política brasileira emparedou a cúpula do comando do País - a presidente, o vice e o presidente da Câmara dos Deputados. No momento, há quem se pergunte quem cai primeiro, a presidente Dilma Rousseff, com chance de carregar o vice,Michel Temer, ou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O detalhe, entretanto, é que Cunha tem em suas mãos o poder de dar o ponta pé inicial ao processo de impeachment. Embora possa agilizar a derrocada da presidente, Cunha tem usado esse artifício para se manter no comando da Câmara.

Mergulhado no escândalo da Operação Lava Jato, por causa das contas secretas na Suíça, Cunha aposta no poder sobre o impedimento para se aproximar ainda mais da oposição. Com o apoio dos parlamentares pró-impeachment, o peemedebista ganha uma sobrevida. Nos bastidores, deputados avaliam que a partir do momento que ele liberar o processo e queda da presidente, ele perde sua barganha.

Por outro lado, é cada vez maior a adesão aos pedidos de renúncia do presidente da Câmara. Na terça-feira (13), o PSol e a Rede sustentabilidade, com apoio de parlamentares de outras bancadas, apresentaram um pedido de cassação no Conselho de Ética. Resistente a artilharia contra o presidente da Casa, a Bancada do PT liberou os deputados.

Líder do movimento contra Cunha, Ivan Valente (PSol-RJ), argumenta que o peemedebista não tem mais condições de presidir a Casa.

“Há comprovação cabal de que houve recebimento indevido de dinheiro público no escândalo da Petrobras e a mentira na CPI da Petrobras, onde ele disse que não tinha contas do exterior. Isso significa quebra de decoro parlamentar. Espero que ele seja Cunha, o breve”, disse o deputado ao Brasil Post.

Enquanto segue no comando da Casa, Cunha reage com ironia as tentativas de tirá-lo do poder. Questionado sobre os pedidos para que ele deixe a presidência, Cunha respondeu: "Acho que vão ter que me aturar um pouquinho mais".

"Quando houve a instauração do inquérito, o PSOL pediu meu afastamento. Quando houve depoimento de delator, o PSOL pediu meu afastamento. Quando houve pedido de denúncia, o PSOL pediu meu afastamento. Por que não pediria agora? Já entrou na corregedoria duas vezes. É da política. São os meus adversários políticos. É normal. Estou aqui firme."

Além da pressão dos pares, Cunha tem a da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público da Suíça. A PGR decide nas próximas semanas se abre novo inquérito para investigar o deputado ou se oferece uma nova denúncia contra ele ao Supremo Tribunal Federal.

Tempo

Em outra frente, a presidente Dilma Rousseff batalha para travar as ações de Cunha contra o governo. A semana começou com uma série de reuniões entre ministros da articulação política com as bancadas do PT e líderes aliados para unificar o discurso.

Após reunião da bancada do Senado e a decisão do STF de barrar a tramitação dos pedidos de queda da presidente, o líder da legenda Humberto Costa (PT-PE), afirmou, em coletiva de imprensa, que a oposição está “jogando em tabelinha” com Cunha para abrir o processo de impeachment.

A situação de Dilma se agravou na semana passada com as decisões do Tribunal de Contas da União de recomendar a rejeição das contas da presidente e do Tribunal Superior Eleitoral de abrir uma ação de impugnação da chapa formada pela presidente e o vice.

Na semana passada, o novo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tentou uma reaproximação com Cunha na esperança de reverter o prognóstico de futuro difícil para a presidente.

Nesse contexto, tempo se tornou a principal moeda. Tanto Dilma quanto Cunha fazem o possível para ganhar uns dias e “arrumar a casa”

BrasilPost

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