Os membros das Igrejas na província central de Guizhou foram ameaçados por funcionários do governo que seus filhos não podem mais assistir aos cultos. Caso desobedeçam, no futuro não seriam autorizados a frequentar a faculdade ou a academia militar.
Nas últimas semanas, os cristãos foram impedidos de participar dos cultos de domingo. O pastor Mou, que lidera uma Igreja independente na cidade de Huaqiu, explica que as novas regras foram enviadas a todas as escolas. “Eles pretendem nos ‘purificar’ e querem que nos mudemos para a Igreja das Três Autonomias [controlada pelo governo]”, explicou.
A legislação chinesa proíbe que crianças menores de 18 anos recebam qualquer tipo de educação religiosa, uma prática histórica nos regimes comunistas. Com as mudanças na economia e na sociedade chinesa nas últimas décadas, o controle havia abrandado. Contudo, desde que Xi Jimping assumiu o poder, a perseguição religiosa ficou sete vezes maior.
Acirra-se a perseguição
Segundo relatórios da missão China Aid, desde 2008 é possível ver um aumento constante nos casos de prisões de líderes, fechamento e demolições de templos. De fato, as comunidades religiosas na China vivem o mais intenso ano de perseguição desde a Revolução Cultural (1966-1976), quando o país passou a adotar o sistema comunista.
Nos tempos de Mao Tsé-tung, o ateísmo foi um dos pilares para o estabelecimento da República Popular da China. Contudo, sua tentativa de exterminar toda forma de religião no país fracassou.
Ao longo das décadas seguintes, houve uma tentativa do Estado de assumir o controle das igrejas do país. A questão religiosa passou para segundo plano, enquanto o país mais populoso do mundo passava por profundas mudanças sociais e econômicas. Na década de 1970, Pequim anunciou que desistiria de tentar erradicar a religião organizada.
Com a ascensão do presidente, Xi Jinping, o discurso mudou. Segundo ele mesmo, a “gestão da religião é, em essência, a gestão das massas”. Atualmente, o país está entre os que mais perseguem os cristãos no mundo, segundo a missão Portas Abertas.
Estima-se que 90% das cruzes de igrejas consideradas “não oficiais” tenham sido retiradas à força. Pastores e os advogados que se opunham a campanha foram presos sob a acusação amplamente considerado como inventado pelas autoridades.
Fonte: Gospel Prime
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