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Clarissa Garotinho chama Eduardo Cunha de “fariseu”

Deputada diz que diz que ex-presidente da Câmara deveria saber que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”
A deputada federal Clarissa Garotinho (PR/RJ), filha de Anthony Garotinho, rival político de Eduardo Cunha (PMDB/RJ) fez um discurso virulento contra o ex-presidente da Câmara na noite desta segunda-feira (12).

Enquanto Cunha discursava, na abertura da sessão que poderá cassar seu mandato, ela gritava “tchau querido”, parafraseando o bordão que marcou o impeachment de Dilma Rousseff. Quando foi sua vez de ocupar o microfone no plenário da Câmara, fez uma série de críticas ao parlamentar antes de anunciar seu voto.

“Não estamos julgando o deputado, mas o personagem”, disse logo na abertura. Passou a enumerar quais seriam os quatro papéis desempenhados por ele ao longo de sua vida pública.

Enfatizou que ele era um “caixeiro viajante”, pois justificava o acúmulo de milhões de dólares em suas contas com a venda de carne enlatada para países africanos, segundo seu testemunho aos colegas de Congresso quando foi intimado a justificar a fortuna que possui depositada em bancos estrangeiros. “Até hoje ele não provou [a venda]”, alfinetou a deputada.

Para Clarissa, ele também desempenhou o papel de um “lobista”, conforme afirmaram vários delatores ouvidos durante as investigações da Lava-Jato. Citou uma emenda proposta por ele na votação da Medida Provisória (MP) dos Portos.

O terceiro ‘título’ dado a Cunha por Garotinho foi o mais incisivo: “fariseu”. Da tribuna, lembrou que ele colocou vários carros de luxo no nome de uma empresa fundada por ele com o nome de “Jesus.com”.

Também afirmou que Eduardo Cunha desempenhou o papel de “psicopata, que acredita em suas próprias mentiras”. Lembrou que foi ela quem perguntou durante a CPI da Petrobras, se o peemedebista tinha contas em seu nome no exterior, o que ele negou. Posteriormente, ficou provado que ele tinha, sim, pelo menos U$ 5 milhões em bancos na Suíça.

“Vossa excelência é um mafioso da pior espécie, que usa a família para encobrir suas falcatruas”, disparou. Passou então a enumerar os montantes que ele teria em sua fortuna pessoal, citando que somente o doleiro Lúcio Funaro, poderia comprovar. Considerado “operador” de Cunha, Funaro foi preso pela Polícia Federal durante as investigações da Lava Jato.

Antes de concluir seu discurso, Clarissa foi incisiva: “Vossa excelência se afirma evangélico… deveria se lembrar de um versículo muito importante que fala sobre o dinheiro. O versículo está em [1] Timóteo [6:10]: o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”.

A republicana, que também se afirma evangélica, foi repreendida pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), que explicou que retiraria os termos “mafioso” e “psicopata” dos registros, pois “não cabem nesse momento tão delicado”.

Por mentir na CPI da Petrobras, Eduardo Cunha enfrentou o processo por quebra de decoro parlamentar. Foi cassado por 450 votos a favor, enquanto 10 deputados foram contra e 9 preferiram se abster.

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GospelPrime

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