Grupo de extremistas islâmicos. (Foto: AFP)
O pastor Christopher James Kalaja conta que é perseguido por extremistas islâmicos por causa do trabalho de evangelismo que desenvolve entre muçulmanos.
Um pastor no leste de Uganda está sem casa, após extremistas islâmicos incendiarem sua fazenda e também o templo de sua igreja. O ataque aconteceu no dia 27 de março.
O grupo formado por nove extremistas muçulmanos, que também carregavam bastões de metal, gritava a frase jihadista "Allah Akbar" ["Alá é grande"], quando invadiu as terras do pastor Christopher James Kalaja, na vila de Nakabale, no sub-condado Kaderuna.
"Quando eles estavam se aproximando, gritavam 'Allah Akbar' e imediatamente começaram a destruir a plantação da minha fazenda e depois incendiaram minha casa e o templo da igreja", disse o pastor, que também é casado e pai de seis filhos. "Então eu fugi de lá com a minha família, temendo por nossas vidas".
Pastor Kalaja, da Igreja Internacional Santuário Ágape, relatou o caso à polícia de Kaderuna, mas os oficiais inicialmente não tomaram nenhuma atitude, disse ele. Sem condições de obter qualquer ajuda policial, o pastor em 28 de março entrou com uma ação no tribunal do distrito de Budaka, no qual ele listou os líderes de gangues como Dongo Patrick e Subairi Kasabu.
A ação judicial levou a polícia a visitar o local, e eles então convocaram os suspeitos, arquivando a denúncia no mesmo dia, ele disse.
"Desde então, tenho recebido ameaças deles, dizendo virão me matar e que em breve me destruirão completamente", disse o pastor Kalaya à agência 'Morning Star News'.
A polícia não prendeu nenhum suspeito, disse ele. A primeira audiência no processo judicial foi adiada em 13 de abril até o final deste mês. Pastor Kalaja disse que, exceto por um primo entre os assaltantes, ele não conhece pessoalmente ninguém da quadrilha que o expulsou de sua própria casa.
O pastor conta que esta perseguição tem durado décadas, desde que os moradores da área predominantemente muçulmana se opuseram à construção de um templo da igreja Santuário Ágape, que foi erguido em sua fazenda.
"Meu alcance e trabalho de evangelismo entre os muçulmanos levou a todas essas ameaças que tenho recebido dos extremistas", disse ele. "Essas pessoas estão me caçando, desde o início dos anos 80. Como resultado disso, conseguiram matar minha mãe por envenenamento e após a morte de minha mãe, eles também mataram os animais da minha fazenda. Eles estão me pressionado para abandonar aquela área".
Embora tenha sido levado a apresentar uma ação judicial, devido à passividade da polícia, o pastor Kalaja não tem condições pagar os custos de um advogado. Ele e sua família refugiaram-se na cabana de palha de um amigo. A polícia não estava disponível para comentar o caso.
Pastor Kalaja tem liderado sua congregação de 86 membros por 10 anos. Ele disse que um ataque semelhante ocorreu em 2008. Naquela época, os suspeitos foram convocados para a sede do sub-condado de Kaderuna e os líderes muçulmanos pediram desculpas pela invasão.
"As coisas se normalizaram por um tempo, mas desta vez eles estão dispostos a me matar", disse ele.
O ataque recente, que destruiu sua casa e a igreja Ágape foi o último de muitas ações violentas contra cristãos no leste do Uganda.
A constituição de Uganda e outras leis asseguram o direito à liberdade religiosa, incluindo o direito de propagar a própria fé e evangelizar outras pessoas. Porém a ação de extremistas e a passividade da polícia têm contribuído para que esta liberdade se torne cada vez mais ameaçada.
Guiame
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