A próxima indústria a render bilhões de dólares não será um serviço ou produto, mas a tentativa de oferecer um “upgrade” aos seres humanos, revelou um especialista. Para ele, em breve os seres humanos terão acesso à tecnologia que lhes permitirá “transformar-se em deuses”.
Autor premiado, o historiador Yuval Noah Harari ficou conhecido no Brasil pelo livro “Sapiens: Uma breve história da Humanidade”. Ele fez uma série de previsões em seu best seller Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã.
“A maior indústria do século 21 provavelmente será a melhoraria dos seres humanos”, afirma Harari, que visualiza um futuro sombrio para a humanidade e “a ascensão da classe inútil”.
“Quando pensamos no futuro, geralmente pensamos em um mundo onde as pessoas são idênticas a nós, mas desfrutam de melhor tecnologia: armas a laser, robôs inteligentes e naves espaciais que viajam à velocidade da luz”, afirma.
Em seguida, revela que “No entanto, o potencial revolucionário das tecnologias futuras é mudar o próprio ser humano, incluindo nossos corpos e nossas mentes… Os seres humanos vão se transformar em deuses”.
O historiador defende que os seres humanos vão adquirir habilidades, “que no passado eram consideradas divinas, como a juventude eterna, leitura da mente, e a capacidade de criar vida”.
Ele sublinha que embora essas ideias possam soar muito ambiciosas, retiradas de algum filme de ficção científica, as empresas gigantes da tecnologia já estão trabalhando para torná-lo realidade.
O Google, por exemplo, tem uma divisão que se concentra exclusivamente na “superação da morte”, enfatiza. A singularidade, assunto já abordado em diversos livros e filmes, aposta que será possível fazer uma transferência da essência – ou alma – de uma pessoa para uma máquina, o que a faria, na prática, viver para sempre.
Harari explica a sua teoria “Eu acho que é provável que nos próximos 200 anos o Homo Sapiens vai fazer um upgrade em si mesmo para algum tipo se ser divino, seja através de manipulação biológica ou de engenharia genética e criação de ciborgues, parte orgânicos e parte não-orgânicos”. E continua: “Essa seria a maior evolução na biologia desde o surgimento da vida”.
Em uma projeção das próximas décadas, o conferencista da Universidade Hebraica de Jerusalém diz que os seres humanos mais avançados terão menos coisas para fazer durante o dia. Afinal, a maioria das tarefas será realizada por robôs e inteligência artificial. Eles então passarão a maior parte de suas vidas imersos na realidade virtual.
Além de seres humanos ‘melhorados’, Harari também acredita que a humanidade pode tornar-se “eternamente inútil” devido às capacidades crescentes de Inteligência Artificial.
Em entrevista recente, ele disse que há um lado sombrio nesse avanço da sociedade. À medida que os seres humanos se tornam funcionalmente “inúteis”, podemos perder o “sentido de propósito”.
Ele antevê que, como nem todo mundo poderá arcar com os custos dessa atualização, haverá uma divisão que pode desencadear “velhas ideologias racistas”. Somente os ricos poderão viver para sempre com a ajuda da tecnologia, enquanto as camadas mais desfavorecidas da sociedade iriam continuar morrendo.
Levando tudo isso em consideração, ele pede que os seres humanos levem essa questão muito a sério. Ao invés de deixar o destino nas mãos dos cientistas, Harari defende que o assunto deveria ser parte da agenda política e que possamos, desde agora, ajudar a “decidir o rumo futuro da humanidade”.
GospelPrime
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