Uma estátua de 4300 anos de idade, representando um faraó foi encontrada destruída no sítio arqueológico de Tal Hazor, no norte de Israel. Acredita-se que ela foi quebrada 3300 anos atrás, durante a invasão liderada por Josué naquele local.
A cidade de Hazor foi crucial para o estabelecimento de Israel na poção norte de Canaã. A Bíblia relata o conflito entre Jabim, rei de Hazor, e as tropas israelitas em Josué 11. Embora pequena, contando com cerca de 20 mil moradores, foi o centro de uma coalizão de pequenos Estados canaanitas, que acabou conquistada e queimada.
Escavações realizadas pela Universidade Hebraica de Jerusalém em Hazor há décadas confirmam aspectos dos relatos bíblicos. Mas a presença de um artefato egípcio ainda intriga os arqueólogos, que não conseguiram descobrir quem ela retrata.
O assunto foi debatido extensivamente no livro Hazor VII: The 1990-2012 Excavations, the Bronze Age [Hazor VII: As escavações de 1990-2012, a Era do Bronze]. Seus autores, os egiptólogos Dimitri Laboury e Simon Connor concluíram apenas que era “um objeto de prestígio conectado à realeza egípcia”.
A cabeça da estátua encontrada em Israel é de uma pessoa usando uma peruca curta e curvada, tendo na testa um uraeus, a cobra solar associadas ao faraó na iconografia do antigo Egito. Não se sabe que tipo de relação política havia entra as pessoas da cidade e o governo egípcio, na época o mais importante de toda a região.
“A renderização desses traços faciais na peça de Hazor são características da quinta dinastia [cerca de 2465-2323 a. C.], embora não seja possível determinar com certeza o rei que representa”, explicam Laboury, integrante da Fundação Nacional Belga para Pesquisa Científica na Universidade de Liège, e Connor, curador do Museo Egizio em Turim, na Itália.
Até o momento o corpo da estátua não foi localizado, mas as escavações no local continuam.
Cidade destruída e queimada
Hazor foi completamente destruída em meados do século 13 a. C. Isso já foi comprovado pelos arqueólogos e as datas reforçam o relato bíblico.
Além da Bíblia não há outros registros sobre a invasão, mas pesquisas mostram que essa escultura foi uma das muitas estátuas destruídas de propósito. “As fendas indicam que o nariz foi quebrado e a cabeça separada do resto da escultura antes de ser quebrada”, concluíram Laboury e Connor.
Outras estátuas egípcias também foram descobertas em Hazor, incluindo uma desenterrada em 2013, que tem as patas de uma esfinge. “Dada a localização de Hazor no norte de Israel, o número de estátuas egípcias e os fragmentos estatuários descobertos no sítio arqueológico é algo surpreendente. “Todas as estátuas parecem ter sido destruídas deliberadamente”.”, afirma o relatório de outra equipe de mencionadas por Labour e Connor no livro.
Em 2012, os pesquisadores conseguiram encontrar o palácio real da época da conquista. Nele havia uma sala com 14 potes de barros cheios de trigo queimado.
O processo de datação utilizado mostra que eles são aproximadamente da época da conquista israelita. O fato de o trigo estar queimado encaixa perfeitamente com o relato bíblico da conquista de Hazor, a única cidade cananeia que os israelitas liderados por Josué destruíram com fogo (Josué 11:9).
Contrariando os arqueólogos que insistem que Hazor foi destruída pelos egípcios ou várias tribos que viviam perto do mar e os filisteus. Como os egípcios mantiveram registros detalhados das cidades que conquistaram, pode-se perceber que Hazor não aparece em nenhuma dessas listas.
Nem os filisteus ou outros “povos do Mar” devem ter se aventurado muito longe da costa para fazer um ataque contra uma cidade. Ainda mais um local como Hazor, que além de ser distante do mar ficava em um terreno montanhoso.
Com informações de Live Science
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