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Coreia do Norte mantém cerca de 300 mil cristãos sob forte perseguição


Na Coreia do Norte, os cidadãos são proibidos até mesmo de ter uma Bíblia ou manter amizade com algum cristão. (Foto: Express)





Apesar das recentes reuniões entre líderes das Coreias do Sul e do Norte, a situação dos cristãos na ditadura comunista ainda é alarmante.
Na última terça-feira (18), ocorreu a terceira cúpula inter-coreana, dando continuidade a um momento histórico para as duas nações vizinhas, com o líder da Coreia do Sul, Moon Jae-in, sendo o primeiro presidente a cruzar a fronteira com a Coreia do Norte desde 2007.

Os líderes das duas Coreias estão se reunindo novamente cinco meses depois do primeiro encontro em abril, quando Kim Jong-un se tornou o primeiro líder norte-coreano a cruzar a fronteira com a Coreia do Sul desde o fim da guerra da Coreia, em 1953.

Segundo a CNBC, os dois estão se unindo para discutir o fortalecimento dos laços entre os dois países e a desnuclearização. Em abril, Kim Jong-un chamou a primeira cúpula de "ponto de partida" e prometeu uma "nova história" no relacionamento entre as Coreias.

A cúpula de três dias acontece após o recente anúncio do presidente Trump de um novo encontro com Kim Jong-un, depois que o líder norte-coreano enviou uma carta, em busca de uma reunião.

Expectativas
Essas reuniões não influenciam apenas no cenário político internacional, mas também gera expectativas à grande multidão de cristãos que vive sob repressão na Coreia do Norte. Atualmente, há cerca de 300 mil cristãos forçados a praticarem sua fé em segredo.

Estes encontros estão gerando uma série de questionamentos a eles, como "qual a influência que estes encontros podem ter sobre os avanços em direção à liberdade religiosa na Coreia do Norte?"; "O que as negociações de desnuclearização e paz farão para acelerar a libertação de mais de 50 mil cristãos que sofrem em campos de trabalho forçado porque acreditam em Jesus?"; "Será que veremos mais liberdade intelectual e religiosa no Norte em resposta a essas discussões em curso com o Sul e depois com os EUA?"

O que se viu até agora é que não há respostas imediatas a estes questionamentos. Muitos esperavam que as notícias dos primeiros encontros entre a Coreia do Sul e os EUA fossem anunciadas no início deste ano. Ainda é possível que essas visitas sejam o começo de décadas de orações respondidas para aliviar parte da pressão sobre os crentes perseguidos no Norte.

Fé e cautela
No entanto, o CEO da Portas Abertas nos EUA, David Curry, lembra que é preciso cautela com tantas expectativas.

"O mundo deve lembrar que nada mudou ainda para os estimados 300.000 cristãos norte-coreanos que precisam viver sua fé em segredo ou enfrentar a prisão e a morte. A missão Portas Abertas adverte que o homem sorridente nas fotos [Kim Jong-un] é o mesmo homem que ordenou inúmeros assassinatos e prisões em um lugar que a nossa Lista de Observação Mundial sobre perseguição religiosa classificou por 17 anos como o país mais perigoso do mundo para se viver como cristão", explicou.

"Continuo esperançoso de que o verdadeiro progresso será alcançado, não apenas em relação à desnuclearização — o que é bom para o mundo inteiro — mas também longe de um estado totalitário sob o qual muitos cristãos norte-coreanos sofreram por décadas, incluindo mais de 50.000, que ainda estão em campos de trabalho forçado. Deixemos que estes passos nos conduzam a um caminho de mudança duradoura para aqueles que sofreram o suficiente", acrescentou.

Com a longa história de perseguição ao cristianismo dentro do país, uma mudança concreta ainda parece um sonho distante. Nas duas cúpulas anteriores com a Coreia do Sul e desde as conversas de junho entre Trump e Kim em Cingapura até agora, nada de peso substancial foi mencionado sobre abrir o país a novas ideias, mudar o sistema político ou permitir que o pensamento livre cruze a fronteira.

"As discussões sobre a desnuclearização e a paz são bons pontos de partida, mas o futuro dos cristãos norte-coreanos é um assunto urgente", destaca um comunicado da missão Portas Abertas nos EUA.

Poder da oração
"Essas conversas entre as Coreias e os EUA devem levar-nos a uma crescente sensibilização para como nossos irmãos e irmãs em Cristo, que se esforçam para seguir a Jesus atrás da fronteira e encorajar orações persistentes e intensas por sua liberdade intelectual e religiosa que está em jogo", destacou o comunidado da Portas Abertas.

"Nossas orações devem ser tão corajosas quanto pedir liberdade religiosa total e o rápido crescimento da igreja na Coreia do Norte. Podemos orar para que essas reuniões históricas entre líderes mundiais produzam oportunidades sem precedentes para evangelizar e promover o Reino", acrescentou o texto.

Guiame

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