A brutal execução da última terça-feira (26) onde um padre foi degolado no norte da França, chocou o mundo. A violência sem sentido, a completa falta de respeito pela Igreja e a maneira vil em que o ato foi realizado é repugnante. A matança de cristãos está no topo da lista de prioridades do Estado Islâmico.
"Em seus discursos, os membros do Estado Islâmico tem repetidamente escolhido os cristãos e judeus como inimigos em particular", escreveu Shashank Joshi - pesquisador sênior da Royal United Services Institute - no The Telegraph.
"A guerra contra os cristãos vem sendo explícita há décadas pelas ideias fascistas, fanáticos e fundamentalistas que compõem o extremismo islâmico", pontuou.
Os números mostram a história dessa guerra travada sobre o cristianismo. Os cristãos formavam 14% da população da região em 1910. Hoje, eles compreendem apenas 4%. Mais de 100 mil cristãos fugiram sozinhos do Iraque.
Mas a ideologia mortal do Estado Islâmico não está solidamente controlada apenas pelos soldados. Os atacantes têm algo em comum: a maioria não é religiosa e em grande parte têm antecedentes criminais e muitas vezes sofreram de algum tipo de doença mental.
"Não existem muitas evidências de que o Estado Islâmico tenha o controle de alguns dos últimos ataques mais significativos. No entanto, eles colhem os frutos da publicidade, prestígio e ilusão de sucesso”, escreveu Joshi.
Então, o que vem depois? Bem, a pressão política continuará a existir e o presidente francês, Hollande, será chamado para cortar a liberdade das pessoas, a fim de aumentar a segurança nacional, algo que não vai cair bem com grande parte da população francesa.
"Estas medidas terão apenas um efeito limitado sobre um problema que reside no campo da ideologia e inspiração”, ressaltou o pesquisador. "Este não é um choque de civilizações ou uma guerra entre religiões, mas é, evidentemente, um assalto a ambos", explicou.
História de um ex-militante
Zurab (nome fictício, por razões de segurança) é um ex-militante do Estado Islâmico. Ele revelou a barbárie cometida pelos terroristas na época em que defendeu a jihad na Síria, deixando sua família, na Rússia, para servir o grupo terrorista na Síria.
O ex-militante comentou que cristãos não têm chance de sobrevivência sob o domínio do EI. "Eles nem sequer falavam com os cristãos, eles eram simplesmente mortos no local. Assim que eles os encontrassem, eram mortos publicamente. Eu testemunhei muitas execuções", disse.
Dois meses depois de entrar para o EI, Zurab foi enviado para as linhas de frente. Ali, ele pôde testemunhar no que as regra do EI na Síria implicam, e começou a se preocupar. "Depois de um mês eu compreendi a realidade do que estava acontecendo. Era pior do que a tirania das forças do governo", pontuou.
Fonte: GuiaMe
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