............Meu sentimento na igreja e tudo que eu estava vivendo e fazendo era exatamente como a história quando aprendi a dirigir. Nem sabia o que estava fazendo, fazia tudo no automático. Lia a Bíblia, mas não tinha palavras para desenvolver o próprio texto. Por que desse texto?
Por que refletir sobre isso? Eu estava de fato na igreja, mas minha mente fora dela, era como se eu tivesse em uma viagem, estava lá, mas distante tanto da família como da igreja.
Essa era minha rotina, dia após dia, meses após meses, anos após anos, não tinha tempo se quer para mim muito menos para minha esposa e minha filhinha Maria Sophia. Estava sendo cobrado diariamente por minha esposa no sentido de dar-lhe a atenção merecida, e a alguns problemas de saúde da nossa filha, mas como sempre eu estava envolvido demais com a obra do “Senhor' e quase sempre elas ficavam para depois.
Todas as noites eu perdia o sono pensando como melhorar minha atuação na igreja e como liderar muitos jovens salvos das drogas. O “Projeto Resgatando Jovens” ocupava todo meu tempo, minha mente, meus recursos, minha vida.
O relacionamento com minha esposa já estava sendo desgastado por tantas tarefas acumuladas em minhas costas. Eu vivia mais na igreja do que em minha própria casa, era um estranho no ninho.
Espiritualmente eu até parecia àquele corcunda de “Notre Dame”. Pesos, e mais pesos acumularam-se em minhas costas; fardos e mais fardos denominacionais; problemas e mais problemas, dos outros é claro.
Tudo isso se empilhando um após um sobre meus ombros, sobre as minhas costas, formando um grande fardo que cada vez mais era difícil de carregar, restando-me, apenas curvar-me rumo ao chão, em uma descida sem precedente.
Um dia tentando preparar o sermão do Domingo à noite, li um texto em Mateus 11:28 que dizia assim: Vinde a mim, todos vós que estás cansado e sobrecarregados que eu vos aliviarei.... Fiquei a meditar no texto e logo cheguei a conclusão: Quanta hipocrisia de minha parte, era o texto que eu iria pregar no domingo à noite, mas no contexto eu mesmo estava vivendo, cansado, desgastado e sobrecarregado.
Tinha que manter a pose, pois como líder não podia demonstrar fraqueza, não poderia mostrar nada contrário ao meu sermão. Mesmo delegando algumas tarefas, nada saía como eu desejava então preferia abraçar tudo e resolver de minha forma.
A pregação foi uma benção para os outros, menos pra mim e minha casa. De baixo do púlpito minha esposa olhava espantada em meus olhos e nem precisava adivinhar o que ela estava pensando, pois ela sabia muito bem como estávamos vivendo.
Na semana seguinte as coisas só pioraram em nosso relacionamento. Minha esposa não falava direito comigo e nem eu falava com ela. Principal motivo porque não parava em casa, muito envolvido com a obra do Senhor. Em um belo dia da semana eu tinha uma determinada reunião com lideranças eclesiásticas de nosso estado e foi neste mesmo dia que perdi minha esposa.
Voltei da abençoada reunião e percebi que a casa estava toda fechada e escura, não tive a recepção que costumava ter. Normalmente sempre quando chegava das reuniões ou viagens encontrava um belo jantar posto na mesa e esposa sorridente por fora para receber-me.
Continua..........
Mensagem Edificante para Alma ®