Superando as dificuldades de um relacionamento longo

Você já nem se importa mais em dormir de meias furadas, moletom velho e com aquela calcinha que parece roubada de sua irmã mais nova. Os anos passaram e seu namoro já comemora as tais Bodas de Lã. Apesar dos sete anos de intimidade, fantasmas como a rotina, comodidade e perda de libido começam a balançar a relação e a colocar sua felicidade em xeque.

Não que falte a vontade de consolidar a relação com um casamento, dos tradicionais àqueles mais moderninhos. O que pesa, no entanto, é a estabilidade financeira e todos os gastos que a troca de alianças pode trazer. Segundo a psicóloga Patrícia Gugliotta, hoje em dias os jovens têm fortes perspectivas de realização profissional, o que acaba adiando os planos de juntarem as “trouxas”.
“Então, os relacionamentos atuais tendem a serem mais longos. O segredo é saber aproveitar esse período. Quando o casal se entrega realmente à relação, esse tempo é positivo, ele proporciona vitalidade para um futuro casamento”, salienta Patrícia. Mas nem sempre o conto de fadas termina bem. Há casos em que o tempo prolongado juntos pode significar monotonia, comodidade ou ainda apenas uma grande falta de diálogo recorrente.

“Os casais entram em um “piloto automático”, e não precisam pensar em programas prazerosos para fazerem juntos”, comenta a consultora de relacionamentos Rosana Braga. É como se a intimidade conquistada em anos de relacionamento substituísse a criatividade, as conversas honestas e a vontade de estar sempre renovando o romantismo e a amizade. O parceiro se transforma naquela pessoa que obrigatoriamente tem de entender que você está cansada e quer vestir o pijama mais velho do armário.

E, por conseqüência, a situação tende a afetar a vida sexual do casal, com a perda da libido. De acordo com a psicóloga Patrícia, é na cama que a maioria dos casados conversam sobre os problemas do dia-a-dia. Ali, é dividido desde problemas financeiros a crises conjugais. “Tem de existir conversa, a mulher deve expor o que espera do parceiro sexualmente, e ele também. Sem um diálogo aberto e honesto não há como evitar que a vida sexual desse casal seja prejudicada.”

Brinquedinhos eróticos, filmes pornôs e fantasias sexuais são as procuras mais óbvias para essas situações. E funcionam. Mas um detalhe é fundamental: se o seu parceiro não é muito adepto de tais hábitos, você pode dar um tiro no pé. “Além do mais, o sex shop tem de ser algo a mais, não uma bengala usada sempre”, alerta a psicóloga.

O segredo para salvar a relação do ciclo vicioso da rotina é abrir a boca e conversar sempre. Segundo Rosana, é necessário que se entenda os defeitos do parceiro e nutra a amizade e a cumplicidade que surgem entre os casais que se amam. A consultora afirma ainda que assim como se investe na carreira e nos estudos, deve-se investir no relacionamento. E isso significa dispender dinheiro, tempo e atenção à relação.

Quando o amor dá espaço ao comodismo
Ele é lindo, bem sucedido financeiramente, educado, adora seus pais e, além de tudo, ainda entende todos os seus defeitos. E o melhor: ele é seu parceiro, namorado e companhia para todas as horas há alguns anos. Mas, apesar de ultimamente você já não ter tanta certeza do seu amor pelo parceiro, é algo um tanto impensável o fim da relação.

Patrícia Gugliotta comenta que um dos dramas vividos pelas mulheres em situações como essa é o medo do término. “A pessoa fica com medo de não encontrar outro namorado e, principalmente, ela tem medo de expor todos seus defeitos novamente”, conta. O relacionamento cai, então, no comodismo, onde as duas partes preferem não pensar a relação, a ter de quebrar o vínculo e a amizade existente.

O medo da perda de amigos é outro fator que influencia a decisão de continuar em um relacionamento por puro comodismo. “A mulher tende a ficar mais próxima dos amigos do namorado, e a se afastar da turma dela. Depois de anos namorando, é possível que ela encontre as amigas casadas, por exemplo. Acaba sendo mais cômodo preservar o relacionamento”, diz Patrícia.

Mas nem sempre é simples enfrentar todos os medos que surgem com o fim de um relacionamento prolongado. Além de terem dividido uma vida e diversos momentos especiais e únicos, o carinho não acaba necessariamente com o amor. Então, vale se dar um tempo e pensar com cuidado no relacionamento. De acordo com Patrícia, é fundamental que se questione alguns pontos, como o que faz essa mulher estar nessa relação, ou ainda colocar na balança os aspectos positivos e negativos.

Sobre a autora:
Rosana Braga – consultora de relacionamentos
www.rosanabraga.com.br

Um comentário:

  1. Ótimo post, a família deve ter sempre prioridade e que penamos em fazer sempre de tudo para preservá-la. Sabemos que hoje em dia é cada vez mais difícil, mas com Deus no coração, temos força e disposição para lutar sempre.
    Sempre cito artigos de Rosana Braga, adoro!

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