Missionária conta que quis voltar ao cativeiro do Talibã: "A presença de Jesus era forte ali"


Missionários sul-coreanos são resgatados de cativeiro do Talibã. (Foto: The Korean Herald)


Cerca de 23 missionários foram sequestrados pelo Talibã em 2007, mas muitos que voltaram do cativeiro dizem que essa foi uma experiência espiritual incrível.

Os missionários sul-coreanos resgatados depois de terem sido mantidos como reféns pelo Talibã disseram que "sentiram a presença de Jesus" de uma forma tão incrível enquanto estavam em cativeiro que eles gostariam de voltar para aquele local, conforme revelou o pastor Francis Chan em um relato.

Falando na conferência The Bridge 2017, da 'International Christian Concern', realizada na Igreja Saddleback, liderada pelo pastor Rick Warren, em Lake Forest, Califórnia, Francis Chan relatou sobre uma conversa que teve uma vez com um dos 23 missionários coreanos capturados e mantidos reféns pelo Talibã no Afeganistão, em 2007.

"Ele falou sobre como eles começaram a conversar, porque descobriram que eles seriam mortos um por um. Esse missionário com quem eu estava jantando teve uma conversa com um de seus amigos no cativeiro", disse Chan expondo o diálogo abaixo, entre os dois prisioneiros:

- Olha, eu sei que eles vão nos matar, um de cada vez. Então eu vou morrer primeiro

- Não, eu vou morrer primeiro

- Não, eu sou seu ancião. Eu morro primeiro.

- Não, você não foi ordenado como pastor. Eu sou um ministro ordenado. Eu morro primeiro

"Então, aquele líder que deu a última palavra foi o primeiro executado", contou o preletor.

Dois reféns do sexo masculino - sendo um deles, pastor - foram executados antes do Talibã aceitar um acordo pela libertação do grupo pelo governo sul-coreano. No entanto, várias das 16 missionárias e dos seis missionários do sexo masculino que puderam retornar a Seul surpreenderam a muitos, revelando que ainda desejavam estar no cativeiro do grupo terrorista.

No livro "O Amor Louco: Envolvidos por um Deus Implacável" (escrito por Chan), esta história também é relatada e revela o motivo pelo qual os missionários ainda gostariam de estar no cativeiro.

"Quando eu estava cercado por aqueles terroristas, senti a presença de Jesus muito forte lá comigo. Agora que estamos de volta a Seul, estou tentando experimentar essa mesma intimidade com Ele, mas não consigo. Eu jejuo e oro, mas não O sinto mais daquela forma. Gostaria de volta para lá por causa da intimidade que tive com Ele", disse uma das missionárias a Francis Chan, conforme ele relata em seu livro.

A paz que Jesus deu aos missionários coreanos foi a mesma paz que ele concedeu aos mártires do Novo Testamento, afirmou Chan.

"Quão grande é Jesus, se não há nada melhor nessa Terra do que desfrutar dessa intimidade e compartilhar o sofrimento... Biblicamente, isso faz sentido para mim", explicou Chan. "É por isso que Shadraque, Meshaque e Abede-Nego foram jogados na fornalha e, de repente, o rei percebeu: 'Espere, por que há quatro pessoas lá? Quem é aquele quarto homem?".

"Foi por isso que Estêvão, quando estava prestes a ser morto, disse 'eu posso vê-Lo", continuou Chan. "Existe uma comunhão tão especial que compartilhamos nesse sofrimento, que chegamos a sentir falta dele. Por que simplesmente pensamos que o conforto é tudo e queremos apenas atrair todos para o nosso conforto e para os nossos assuntos civis, em vez de nos unirmos ao seu sofrimento e perder a nossa vida Para que possamos realmente encontrar algo muito melhor?".

Chan continuou sua pregação durante o Encontro, encorajando os participantes a "serem fiéis, até a morte".

"Isso algo muito bonito aos olhos do Senhor", disse ele. "Eu não sei sobre você, mas o Senhor está trabalhando em meu coração. Eu sei como é a realidade aqui nos Estados Unidos, mas eu não quero findar minha vida tão confortavelmente. Estou com medo de sofrer, mas acho que tenho ainda mais medo do conforto. Quero ser como o apóstolo Paulo. Quero me unir a Jesus. Não faz sentido para o mundo, mas faz sentido no mundo se há uma ressurreição hoje".

A honra na perseguição
O Reverendo Eric Foley, CEO e Co-Fundador, com sua esposa Hyun Sook Foley, da organização cristã 'Voz dos Mártires', na Coreia, compartilhou no ano passado que os cristãos perseguidos por sua fé na Coreia do Norte "são algumas das pessoas mais livres" que ele já conheceu em toda sua vida - mesmo que o país isolado seja classificado como o primeiro da lista no ranking anual sobre perseguição religiosa da Missão Portas Abertas (USA).

"Muitas vezes, os radialistas cristãos me dirão: 'este é o pior lugar do mundo para ser um cristão", contou o pastor. "Mas eu nunca ouvi um cristão norte-coreano dizer isso. Não porque sua vida não é difícil, mas porque eles acreditam que Deus se aproximou deles de maneira real, de uma maneira que o resto de nós nem sequer pode imaginar em sua intensidade".

Dr. Foley revelou que uma vez, ele perguntou a um desertor norte-coreano quais eram seus pedidos de oração.

"Ele não parecia preocupado", lembrou o pastor. "Ele disse: 'Você ora por nós? Nós oramos por você! Esse é o problema com vocês cristãos americanos e cristãos sul-coreanos! Vocês têm tanto, vocês colocam sua fé no seu dinheiro e na sua liberdade. Na Coreia do Norte, nós não temos nenhum dinheiro, nem liberdade, mas nós temos Cristo e achamos que ele é suficiente".

O pastor acrescentou: "Eu percebi que não estamos lá para ajudar os cristãos norte-coreanos. Nós realmente estamos lá para aprender com eles, como seus assistentes. A liberdade em Cristo é algo que não pode ser concedido ou levado por um governo. Então, os cristãos da Coreia do Norte são algumas das pessoas mais livres que já vi na minha vida".

Guiame

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