Israel bombardeia nove alvos no lado sírio das Colinas de Golã

JERUSALÉM — Uma das fronteiras mais estáveis do Oriente Médio estremeceu neste domingo, levando ainda mais tensão à região. Depois de um ataque sírio que matou um menino israelense de 13 anos e feriu outras quatro pessoas, a Força Aérea de Israel bombardeou durante a madrugada pelo menos nove alvos militares no lado sírio das Colinas de Golã, próximo à cidade de Quneitra. 

O bombardeio noturno se seguiu a disparos de artilharia feitos durante a tarde — numa forte contraofensiva israelense ao que o governo de Benjamin Netanyahu viu como um ataque deliberado a seu país.

— Não foi um projétil perdido, errante, como em outras vezes. Foi um ataque deliberado contra um veículo civil. Não sabemos ainda se foi um morteiro, um foguete ou um projétil de tanque, mas cruzou a região de leste a oeste e atingiu o veículo — dissera mais cedo o porta-voz do Exército de Israel, Peter Lerner.

Ele se referia ao disparo que vitimou Mohamed Karaka, de 13 anos, morador de uma aldeia árabe da região da Galileia. O menino foi atingido quando estava num caminhão em Tel Hezka, próximo à fronteira, com o pai, um operário de construção que trabalha para o Ministério da Defesa de Israel. O impacto da explosão destruiu o veículo e feriu, além do pai de Mohamed, outras três pessoas.

Segundo fontes militares, não se sabe se o disparo foi feito por forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, ou por rebeldes sírios que controlam algumas partes do Golã. Mas o episódio colocou o governo israelense em estado de alerta.

— Nossos inimigos não diferenciam entre judeus e não judeus, adultos ou crianças — condenou o premier Benjamin Netanyahu ao prestar condolências à família da vítima.

A tensão renovada na fronteira norte do país se soma, ainda, a um momento de instabilidade no conflito israelense-palestino, adormecido havia alguns meses. Na Cisjordânia, dois palestinos foram mortos em uma operação militar de Israel — um em Nablus e outro em Ramallah. 

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, exigiu de Netanyahu uma resposta para o que chamou de “assassinato a sangue frio”. Tropas de Israel intensificaram as operações nos territórios palestinos para identificar o paradeiro de três adolescentes israelenses sequestrados na região durante a semana passada.

— Eu disse que o sequestro era um crime, mas será que isso justifica o assassinato de adolescentes palestinos a sangue frio? O que Netanyahu diz sobre estes assassinatos? Será que ele os condena? Vejam o que aconteceu na Cisjordânia nos últimos dias, a violência e a destruição de casas. Isso é justificado? — indagou Abbas.

Israel acusa o Hamas pelo sequestro. E alega que a operação, visa, além da libertação dos reféns, à destruição da infraestrutura do Hamas na Cisjordânia.

Fonte OGlobo

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