Ministro ligado à Universal recebeu $6 milhões da JBS

Nome do bispo licenciado Marcos Pereira apareceu em delação de Joesley Batista
Entre as dezenas de nomes denunciados pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, está o de Marcos Pereira, ex-ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços de Temer. Após a divulgação das gravações envolvendo o presidente da República, o PRB – liderado por Pereira – manteve-se na base aliada.

Pereira é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e, na condição de líder do PRB, recebeu R$ 6 milhões. A descrição do repasse foi feita por Joesley na delação homologada pelo ministro Edson Fachin, do STF, e que agora é tornada pública.

O montante teria sido dividido em 12 parcelas, sendo que a última foi repassada pessoalmente a Pereira. “A última parcela de R$ 700 mil foi paga no dia 24 de março de 2017, na casa do depoente, diretamente a Marcos Pereira”, afirmam os autos.

Na delação premiada consta que o Antonio Carlos, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), intermediou o pagamento de propina. O dinheiro era para “facilitar” a aprovação de um empréstimo de R$ 2,7 bilhões à empresa processadora de carne.

Caberia a Pereira manter o ex-­vice da Caixa no cargo. O representante do banco afirmou que pedia os recursos em nome de quem havia lhe indicado.

De acordo com o Estadão, no início de 2016 Marcos Pereira fez contato com Joesley e confirmou a exigência do valor e a possibilidade de dividir em parcelas. O executivo conta que, além do valor pago pessoalmente, foram quitados R$ 4,2 milhões e restaram R$ 1,8 milhão.

Odebrecht
É a segunda vez que o nome de Marcos Pereira aparece nas delações. Em abril, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Fachin determinou a abertura de inquérito para investigar o ministro.

O pedido se baseou nas delações dos executivos da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar, Fernando Reis, e Hilberto Mascarenhas Filho. Em 2014, Pereira teria recebido da empreiteira investigada pela Lava Jato R$ 7 milhões para o PRB. Esse repasse seria para garantir o apoio à chapa Dilma-Temer na eleição presidencial.

“Edinho Silva [tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff] teria sugerido ao executivo Marcelo Bahia Odebrecht o acionamento de líderes dos partidos PROS, PRB, PC do B e PDT a fim de propiciar o custeio das referidas agremiações partidárias. Objetivava-se, com isso, assegurar maior tempo de antena à coligação “Com a Força do Povo” e, de tal modo, gerar vantagem eleitoral à candidatura”, diz o texto do processo.

A abertura dos inquéritos não implica culpa dos investigados. Ainda não foi determinado se há indício de autoria do crime e o Ministério Público não decidiu se apresenta uma denúncia ou pede o arquivamento. Caso a denúncia seja apresentada e aceita pelo Supremo, o investigado se torna réu e passa a ser julgado pelo tribunal.

O PRB nega que tenha recebido. 

Com informações PRB

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