A igreja evangélica não se indigna com a situação do país, não reclama dos políticos, não denuncia as corrupções. Com exceções de algumas ilhas, não vimos a igreja se reunir para clamar pelo Brasil
Em diversos lugares do mundo, foram estampadas manchetes como: "o brasileiro saiu do facebook e foi para as ruas". Em várias capitais e outras cidades, manifestantes invadiram os espaços públicos para protestar contra a corrupção e os desmandos da gestão pública.
Os protestos não são apenas devido ao aumento das tarifas, são também devido aos gastos exagerados do governo no futebol, em detrimento a tantas outras urgências!
Estou admirado com três coisas e com uma estou decepcionado:
1- Não esperava que nosso povo fosse despertar do "berço esplêndido";
2- Não esperava que um dia o nosso povo se desinteressasse tanto por futebol;
3- Não imaginava o dia em que o povo protestaria contra o PT.
Minha decepção maior é com a igreja evangélica.
Cadê a igreja evangélica?
Que não se envolve cm nada arriscado; que se mantém a margem, torcendo para ser beneficiada com algum resultado positivo; que não se pronuncia, não influencia, não abre a boca. A igreja evangélica é uma vergonha para o Evangelho! Às vezes ela aparece numa marcha estabelecendo que a cidade é de Jesus, distribui adesivos definindo veículos como propriedade de Cristo, divulgando uma fé marqueteira baseada na retribuição divina, faz campanha contra pecados escolhidos a dedo.
A igreja evangélica não se indigna com a situação do país, não reclama dos políticos, não denuncia as corrupções. Com exceções de algumas ilhas, não vimos a igreja se reunir para clamar pelo Brasil. Nosso número está crescendo, mas nossa participação para construir um ambiente melhor está diminuindo. Nossas cidades estão cheias de igrejas e vazias de Deus. Como pode ser?
Onde estão os pensadores dela?
Os ícones da igreja evangélica brasileira estão guardados a salvo em seus escritórios, assistindo às informações para pensar no que devem dizer de forma a não se exporem. Me faz lembrar o tempo em que nosso país tínhamos a direita e a esquerda política e que a grande maioria dos cristãos evangélicos estava polarizado pela direita. Zona de conforto.
"Sejamos submissos às autoridades", usamos até texto fora de contexto, mas nos esquecemos de toda turma dos Apóstolos - os de verdade, aqueles que deram suas vidas pelo reino de Deus - que enfrentaram tiranos déspotas, esquecemos-nos do profeta João Batista, o último legítimo profeta, que é decapitado por denunciar um governante. Não vejo uma linha de manifestação de qualquer um daqueles que nos inspiram o ano inteiro com a palavra de Deus. É como se fossemos extraterrestres vivendo neste mundo sem se importar com as pessoas daqui.
E os artistas?
Os artistas "gospel" são de uma classe muito alienada, alguns só pensam nos jargões que inserem em suas canções e esperam fazer sucesso por causa da emoção que provocam. São cantores e instrumentistas que querem o povo ao seu lado, mas nunca se envolvem com as causas do povo.
Não há expressão teatral, danças, pinturas ou poemas que influenciem na vida humana vivida fora dos templos. Incrível! Alguns estão na Globo, nas revistas, nas rádios, mas se mostram alheios àquilo que o Evangelho é: Novidade de Vida! Não vemos nada de novo, é só a repetição de mais um refrão cansativo!
Resta uma esperança:
Alguns pastores estão se envolvendo com a comunidade e reaprendendo o caminho do Reino de Deus que chegou para mexer com tudo que estava fora de ordem;
Alguns artistas não são vencidos pela ganância; o que podemos perceber até pelos encartes dos Cd´s e estão fazendo um poema da vida nova sem se divorciar da existência;
Algumas igrejas estão se sensibilizando na direção do seu chamado...
Alguns veículos de comunicação estão entendendo que podem fazer muito mais!
Guiame
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