Para bancar Xuxa, Record planeja demitir 400 funcionários no Rio

A Record inicia o segundo semestre com uma meta dolorida: terá de cortar 8,75% da folha de pagamento. 

Em São Paulo, serão realizadas cerca de 60 demissões neste mês. No RecNov, a central de estúdios no Rio de Janeiro, o cenário é sombrio. 

Lá, a emissora prevê demitir 400 profissionais. Até o final do ano, deverão restar apenas 300 pessoas em um lugar em que já trabalharam 2.500. Há duas justificativas para os cortes: a queda nas receitas publicitárias, por causa da crise econômica, e o aumento de custos com a contratação de Xuxa Meneghel.

Xuxa tem um salário estimado em R$ 1 milhão mensais. Em agosto, quando seu programa estiver no ar, calcula-se que a emissora desembolsará pelo menos R$ 3 milhões com a apresentadora, entre gastos com equipe e custos de produção. 

A conta que se faz nos bastidores da Record: com esse dinheiro, daria para empregar pelo menos 600 pessoas com salário médio de R$ 3.000.

Essa conta, obviamente, desconsidera que a apresentadora trará receitas para a emissora. Mas o ano está difícil para todas as redes. Na Record, as queixas são generalizadas contra o departamento comercial, que não está conseguindo manter o patamar de faturamento do ano passado.

As demissões no RecNov atingirão profissionais de todas as áreas, de marceneiros que constroem cenários a atores em final de contrato. Atualmente, o RecNov produz apenas Os Dez Mandamentos. As próximas produções da emissora poderão utilizar ou não o RecNov, mas terão quase toda a mão de obra terceirizada. Sai mais barato. 

A Escrava-Mãe, substituta de Os Dez Mandamentos, está sendo gravada em Paulínia, no interior de São Paulo. A próxima produção bíblica, sobre Josué, será feita no RecNov, mas com profissionais contratados por produtoras independentes.

Para não virar um complexo fantasma, o RecNov abrigará o programa de Xuxa e a estrutura de jornalismo da Record Rio, que hoje fica em Benfica, na zona norte, mas próximo do centro. Os cerca de 700 funcionários de Benfica ocuparão dois estúdios. 

A mudança está prevista para fevereiro e já preocupa muita gente. Alguns levarão até três horas para se deslocar até Vargem Grande, onde fica o RecNov.

Paralelamente a isso, a Record tenta viabilizar a terceirização e a locação de parte dos estúdios do RecNov.

Procurada, a Record não se manifestou até a conclusão deste texto.

uol

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