Cristãos se unem para pagar convênio médico de membros sem condições


Kyle Burkholder, pastor de ensino na Igreja Grace Point, em San Antonio, com sua filha Bella. (Foto: Ilana Panich-Linsman/The New York Times)



Embora ministérios como estes existam há décadas, o interesse neles tem aumentado desde a aprovação do Obamacare.

Quando o cristão norte-americano Chris Doyle descobriu que a franquia de seu convênio de saúde aumentaria para US$ 10 mil, ele e sua esposa passaram algumas semanas em oração.

Dias depois, o casal encontrou um caminho. Eles se juntaram a um ministério que faz uma espécie de “partilha” nos planos de saúde, onde os membros ajudam a cobrir os planos e custos médicos uns dos outros.

Embora ministérios como estes existam há décadas, o interesse neles tem aumentado desde a aprovação da Lei de Proteção e Cuidado ao Paciente em 2010, mais conhecido como Obamacare. Grande parte disso se deve à isenção da obrigação de ter um plano de saúde e da multa anual a seus membros.

“Samaritan Ministries International” (“Ministério Internacional Samaritano”, em português), no qual Doyle e sua esposa Sarah agora fazem parte, reúne o dinheiro arrecadado e distribui para as famílias necessitadas, com orações escritas à mão e notas de apoio anexadas.

Por não ser uma empresa de seguros, o ministério não é capaz de fornecer garantias de que as dívidas médicas dos membros serão pagas, mas os membros são aconselhados a confiar que Deus proverá. De acordo com a organização, o sistema de pagamento ajudar os cristãos a cumprirem um mandato bíblico de “compartilhar as cargas uns dos outros”.

"Nossos únicos ativos são a boa vontade e a participação contínua dos nossos membros", disse James Lansberry, vice-presidente do Samaritan, localizado no estado de Illinois.

A participação nos ministérios de partilha tem crescido nos últimos seis anos: de 200 mil participantes saltou para 535 mil, de acordo com a Aliança dos Ministérios de Partilha de Assistência Médica. Sob a lei federal de saúde, apenas os membros contínuos desde dezembro de 1999 são isentos da obrigação de ter um plano de saúde.

O crescimento surgiu através do boca a boca e da divulgação nas igrejas, escolas e locais de trabalho. Doyle ouviu falar sobre o Samaritan na Igreja Grace Point em San Antonio.

Para os cristãos, ministérios como este permite que eles vivam por suas crenças religiosas, livres de seguir um mandato do governo que os leva a cobrir coisas que eles não querem pagar, como oaborto ou o controle de natalidade.

"É realmente um modelo que quer cuidar das outras pessoas sem precisar dizer: 'Você tem que', ou 'eu estou forçando você a fazer isso'", disse Amy Jebson, moradora do estado de Virgínia.

Obamacare

Aprovada em 2010, a lei proíbe as seguradoras de variar os valores dos planos com base no histórico clínico ou no sexo.

Além disso, as empresas não poderiam mais se recusar a assegurar um paciente muito caro ou limitar a quantidade de reembolsos anuais, práticas que traziam danos à alguns pacientes com doenças graves.

Em troca, a lei exige que qualquer pessoa localizada nos Estados Unidos, sendo americana ou estrangeira, deve aderir um plano de saúde sob pena de uma multa de US$ 95 em 2014, que subirá para US$ 695 em 2016.

De acordo com o raciocínio do projeto de lei, se todos tiverem uma cobertura da saúde, os prêmios pagos por pessoas saudáveis compensarão os custos adicionais associados aos cidadãos mais caros.

Guiame

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