Recentemente na cidade de Caicó/RN foram descobertas notas de 3 reais. Isso pode ser piada, mas realmente aconteceu e virou notícia. O tema deste texto escrito em uma viagem para São Sebastião, uma belíssima cidade do litoral norte do Estado de São Paulo, é sobre a necessidade de fazermos uma música gospel com maior qualidade, maior autenticidade. A notícia da nota de 3 reais foi uma das motivadoras para esse texto, mas não foi a única.
Conversando com o Marcos Hermes, considerado um dos melhores fotógrafos do país, com um portifólio que vai de Padre Marcelo a Paul McCartney passando por Roberto Carlos e mais recentemente Cassiane e Aline Barros, falávamos sobre “atitude “, autenticidade, marca própria que todo artista deve ter pra se destacar em meio à multidão.
É muito bom poder conversar com pessoas de sucesso em suas profissões e, particularmente gosto de trocar informações e pontos de vista com gente de fora de nosso mundinho gospel. E nesse papo com o Marcos Hermes ele me disse que achava os artistas de música gospel meio parecidos nos seus estilos.
Conversando com o Marcos Hermes, considerado um dos melhores fotógrafos do país, com um portifólio que vai de Padre Marcelo a Paul McCartney passando por Roberto Carlos e mais recentemente Cassiane e Aline Barros, falávamos sobre “atitude “, autenticidade, marca própria que todo artista deve ter pra se destacar em meio à multidão.
É muito bom poder conversar com pessoas de sucesso em suas profissões e, particularmente gosto de trocar informações e pontos de vista com gente de fora de nosso mundinho gospel. E nesse papo com o Marcos Hermes ele me disse que achava os artistas de música gospel meio parecidos nos seus estilos.
Com muito cuidado nas palavras, ele disse que mesmo sem conhecer profundamente o segmento, percebia que havia uma certa uniformidade no meio. Na verdade, aquele comentário não era uma crítica, mas o reconhecimento de que os artistas gospel têm muito mais potencial do que vem sendo apresentado nos nossos dias.
Depois de uns segundos meditando naquele comentário pude ver o quanto de verdade havia naquelas palavras. Realmente, mesmo tendo uma riqueza de subestilos no que denominamos no país como música gospel, o certo é que dentro destes subestilos, temos muita gente repetindo fórmulas no melhor formato Control C Control V.
Tentando ilustrar esse fato, basta analisarmos o estilo pentecostal. É uma repetição de arranjos, temas, acordes e mesmo produtores musicais! Se um determinado artista vem com uma proposta um pouco mais pop, simplesmente é massacrado pelos puristas do “reteté-pé-de-fogo”!!!!! A impressão é de que boa parte dos artistas fica encarcerado a um estilo “vendedor” e mesmo querendo gravar algo diferente, para não correr o risco de ser ‘apedrejado ‘ em praça pública, permanece mantendo-se fiel às tradições e convenções do estilo. Mas essa repetição de fórmulas não é exclusividade do pentecostal, basta vermos a “produção em série” na adoração e louvor, na música sertaneja e por aí vai …
Sei que estamos neste momento passando por uma época das mais importantes da música gospel em toda sua história no Brasil. Jamais a música gospel teve tanta atenção, boa vontade e interesse por parte da mídia e mesmo do público não-evangélico. E neste período precisamos repensar o que será da música gospel para os próximos anos e essa reflexão passa também por novas propostas artísticas e modelos não-convencionais.
Mas entendo que essa transição não pode ser responsabilidade apenas dos artistas, apesar de também creditar a eles a parte mais importante e determinante do processo. A verdade é que essa mudança deve ter participação das gravadoras, mídias e mesmo do público.
As gravadoras precisam ser OUSADAS! É necessária uma boa dose de inovação e mesmo de experimentação. Infelizmente em nosso meio as gravadoras ainda são muito tradicionais, pouco inspiradas. Gosto muito da proposta da Salluz que vem abrindo espaço para uma turma que vem fazendo um som diferenciado em nosso meio. Particularmente tenho orgulho de projetos como da Daniela Araújo e Leonardo Gonçalves.
Já as mídias, em especial, as rádios de programação evangélica, também precisam ser mais abertas a novidades. Não dá pra ficar torcendo o nariz quando chegar às mãos do programador um CD com boa qualidade mas com uma proposta diferente do status quo reinante no mercado. Sempre fiz questão de ressaltar que música só existem duas: a boa e a ruim! Então se a música for boa, mas um pouco “diferente” do padrão, vale a pena fazer um teste!
O público precisa também se abrir a novas propostas musicais. Não pode simplesmente ser refratário às novidades e sons diferentes. Infelizmente nosso consumidor médio de música ainda é muito influenciado pelo que é apresentado pelas rádios do segmento – que nem sempre nos proporciona uma música verdadeiramente de qualidade. Com a popularização da web, cada vez fica mais fácil termos acesso a propostas diferenciadas de música, novos nomes, novos estilos, sonoridades e tudo mais. Com boa vontade, pesquisa e disposição dá pra conhecer novos ares musicais.
Mas, finalizando este post, é de suma importância que os artistas também queiram essas mudanças! Um artista precisa valorizar sua autenticidade artística, sua identidade própria. Quem não pensar em criar e manter uma marca pessoal, simplesmente corre o risco de simplesmente desaparecer ao longo do tempo. O momento é de aumentar a dose de experimentações, mesmo que ainda seja em doses homeopáticas.
Já usei esse exemplo em alguns de meus posts anteriores, mas vou permitir-me citá-lo mais uma vez por ser ele o grande nome do mercado gospel neste momento. Estou falando do Thalles e de sua música. Quando ele surgiu há 3 anos atrás, muita gente “torceu o nariz” para aquele som esquisito. Muita gente “torceu o nariz” pelo visual daquele rapaz. Aquele cabelo meio black power, aquelas roupas meio coloridas demais. E aquela capa do CD com um óculos escuro? Seria alguma menção ao Stevie Wonder ou Ray Charles?
Só que nesse projeto, teve uma gravadora que resolveu investir em algo diferente. As rádios, no início, mantiveram-se arredias mas com o tempo, acabaram cedendo espaço para aquela música diferente. O público também resolveu abrir os ouvidos para uma nova proposta musical. E o artista, ele simplesmente transmitiu sua arte sem preocupar-se com as limitações do segmento, até porque, como um neófito no mercado, Thalles simplesmente desconhecia todas estas regras, amarras, preconceitos e limitações do mercado. É como aquela frase de Jean Cocteau: Não sabendo que era impossível, foi lá e fez!
Espero sinceramente que os artistas expressem sua arte de forma mais pessoal, visceral, autêntica! Temos condições de apresentar uma música gospel de melhor qualidade e riqueza, mas para isso, precisamos de uma pequena dose de ousadia, coragem e respeito por sua própria arte.
Por Maurício Soares
Guiame
Depois de uns segundos meditando naquele comentário pude ver o quanto de verdade havia naquelas palavras. Realmente, mesmo tendo uma riqueza de subestilos no que denominamos no país como música gospel, o certo é que dentro destes subestilos, temos muita gente repetindo fórmulas no melhor formato Control C Control V.
Tentando ilustrar esse fato, basta analisarmos o estilo pentecostal. É uma repetição de arranjos, temas, acordes e mesmo produtores musicais! Se um determinado artista vem com uma proposta um pouco mais pop, simplesmente é massacrado pelos puristas do “reteté-pé-de-fogo”!!!!! A impressão é de que boa parte dos artistas fica encarcerado a um estilo “vendedor” e mesmo querendo gravar algo diferente, para não correr o risco de ser ‘apedrejado ‘ em praça pública, permanece mantendo-se fiel às tradições e convenções do estilo. Mas essa repetição de fórmulas não é exclusividade do pentecostal, basta vermos a “produção em série” na adoração e louvor, na música sertaneja e por aí vai …
Sei que estamos neste momento passando por uma época das mais importantes da música gospel em toda sua história no Brasil. Jamais a música gospel teve tanta atenção, boa vontade e interesse por parte da mídia e mesmo do público não-evangélico. E neste período precisamos repensar o que será da música gospel para os próximos anos e essa reflexão passa também por novas propostas artísticas e modelos não-convencionais.
Mas entendo que essa transição não pode ser responsabilidade apenas dos artistas, apesar de também creditar a eles a parte mais importante e determinante do processo. A verdade é que essa mudança deve ter participação das gravadoras, mídias e mesmo do público.
As gravadoras precisam ser OUSADAS! É necessária uma boa dose de inovação e mesmo de experimentação. Infelizmente em nosso meio as gravadoras ainda são muito tradicionais, pouco inspiradas. Gosto muito da proposta da Salluz que vem abrindo espaço para uma turma que vem fazendo um som diferenciado em nosso meio. Particularmente tenho orgulho de projetos como da Daniela Araújo e Leonardo Gonçalves.
Já as mídias, em especial, as rádios de programação evangélica, também precisam ser mais abertas a novidades. Não dá pra ficar torcendo o nariz quando chegar às mãos do programador um CD com boa qualidade mas com uma proposta diferente do status quo reinante no mercado. Sempre fiz questão de ressaltar que música só existem duas: a boa e a ruim! Então se a música for boa, mas um pouco “diferente” do padrão, vale a pena fazer um teste!
O público precisa também se abrir a novas propostas musicais. Não pode simplesmente ser refratário às novidades e sons diferentes. Infelizmente nosso consumidor médio de música ainda é muito influenciado pelo que é apresentado pelas rádios do segmento – que nem sempre nos proporciona uma música verdadeiramente de qualidade. Com a popularização da web, cada vez fica mais fácil termos acesso a propostas diferenciadas de música, novos nomes, novos estilos, sonoridades e tudo mais. Com boa vontade, pesquisa e disposição dá pra conhecer novos ares musicais.
Mas, finalizando este post, é de suma importância que os artistas também queiram essas mudanças! Um artista precisa valorizar sua autenticidade artística, sua identidade própria. Quem não pensar em criar e manter uma marca pessoal, simplesmente corre o risco de simplesmente desaparecer ao longo do tempo. O momento é de aumentar a dose de experimentações, mesmo que ainda seja em doses homeopáticas.
Já usei esse exemplo em alguns de meus posts anteriores, mas vou permitir-me citá-lo mais uma vez por ser ele o grande nome do mercado gospel neste momento. Estou falando do Thalles e de sua música. Quando ele surgiu há 3 anos atrás, muita gente “torceu o nariz” para aquele som esquisito. Muita gente “torceu o nariz” pelo visual daquele rapaz. Aquele cabelo meio black power, aquelas roupas meio coloridas demais. E aquela capa do CD com um óculos escuro? Seria alguma menção ao Stevie Wonder ou Ray Charles?
Só que nesse projeto, teve uma gravadora que resolveu investir em algo diferente. As rádios, no início, mantiveram-se arredias mas com o tempo, acabaram cedendo espaço para aquela música diferente. O público também resolveu abrir os ouvidos para uma nova proposta musical. E o artista, ele simplesmente transmitiu sua arte sem preocupar-se com as limitações do segmento, até porque, como um neófito no mercado, Thalles simplesmente desconhecia todas estas regras, amarras, preconceitos e limitações do mercado. É como aquela frase de Jean Cocteau: Não sabendo que era impossível, foi lá e fez!
Espero sinceramente que os artistas expressem sua arte de forma mais pessoal, visceral, autêntica! Temos condições de apresentar uma música gospel de melhor qualidade e riqueza, mas para isso, precisamos de uma pequena dose de ousadia, coragem e respeito por sua própria arte.
Por Maurício Soares
Guiame
Realmente meu amado, algo precisa ser feito, ninguém aguenta mais estas ministrções intermináveis, as musicas muitas vezes são mais lamurias e choros do que louvor e adoração a Deus, as musicas já não causam elevo na alma, mas, angustias.
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