A hashtag globolixo está bombando nas mídias sociais nos últimos dias. (Imagem: luizmuller.com)
A hashtag globolixo está bombando nas mídias sociais nos últimos dias. Existem motivos de sobra para a movimentação digital.
Imagine-se numa casa de amigos. Quando chega a hora do jantar tão aguardado, você olha na mesa e não acredita no que vê. Os pratos já estão feitos. A comida servida não é exatamente o que se esperava. Cascas velhas de banana, latinha vazia e amassada de creme de leite, carne crua apodrecida e com moscas entrando e saindo por alguns buraquinhos, saquinho plástico de leite, vazio e bem picotadinho, nos copos uma água sebosa com alguns seres que breve serão mosquitos da dengue.
Já começou revirar o estômago em pensar que vai ter de comer este tipo de “comida”? Nojo, repulsa e vômito são palavras que poderiam explicar uma situação assim. Imagino que se esta cena fosse real, você automaticamente rejeitaria e se recusaria a comer algo tão asqueroso. Ainda que arriscasse perder a amizade penso que simplesmente você não aceitaria participar de tal mesa.
E por que não aceitaria? Simples, porque qualquer ser humano no seu funcionamento normal da psiquê, não aceita comer lixo. Sendo assim, por que aceitamos com tanta naturalidade consumir lixo com os olhos e com os ouvidos? O corpo físico, sabemos, reage imediatamente se algo ruim for ingerido, podendo causar até a morte. E o espírito? Também pode adoecer e até mesmo morrer em suas emoções se insistir em se alimentar de lixos filosóficos, culturais, heréticos.
A hashtag globolixo está bombando nas mídias sociais nos últimos dias. Existem motivos de sobra para a movimentação digital. Mas temo que não passe de mais uma modinha produzida por uma geração mi-mi-mi. Daqui a pouco uma irresistível novela, uma incrível mini-série, um show imperdível, um programa hiper conectado, um mega sucesso do mundo das celebridades, enfim, daqui a pouco novas iscas em novos anzóis são lançadas e um montão de gente que protestou não resiste e acaba fisgada.
E por que acho que é modinha? Porque o que está sendo feito é uma coleta seletiva de lixo. Ok, globolixo. Mas e a emissora do bispo? E a Band e seus pânicos? E o SBesteira? E? E? Enfim, nossa geração tem permitido muito lixo adentrar em sua casa numa boa, não reage, não se incomoda, apenas vai aceitando tudo como se estivesse anestesiada, o problema é que um dia o efeito da anestesia passa.
Penso que precisamos desenvolver urgentemente filtros capazes de ajudar-nos a fazer boas escolhas. Estes filtros precisam passar pelos testes da Palavra. Precisa passar no teste do “quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, façais tudo para a glória de Deus”. Mais direto impossível, basta respondermos a cada escolha se o que se decidiu glorifica ou não o Criador. Se sim, bola pra frente. Se não, desista, delete, anule. Ou seja, não acredito em boicotes do tipo “nunca mais assisto nada destes caras”. A rejeição que acredito é direcionada, se os programas A, D, X, Y e Z são lixo, com conteúdo péssimo, desagregador, ofensivo, baixo, tais programas automaticamente não figuram no meu cardápio.
Enfim, não quero me alimentar de lixo, não quero que minha casa se alimente de lixo. Ainda que tudo me seja lícito, lixo não me convém. Ainda que seja um lixo lícito, não quero ser dominado por nenhuma tendência suja, imunda, podre. Acredite, ainda existem boas alternativas. Existe entretenimento inteligente, que ensina, que diverte, que emociona, que faz pensar. Estes sim, são até uma boa degustação. Agora, lixo, definitivamente não.
Guiame