Partido de Benjamin Netanyahu
estaria por trás da iniciativa
Caso o partido Likud, liderado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vença as eleições no início do próximo ano, o mundo poderá ver surgir um “Terceiro templo” de Salomão.
Funcionários da Fundação Al Aqsa alertaram para essa possibilidade de que a atual mesquita seja demolida e seu terreno invadido pelo governo de Israel. A “denúncia” veio após as primárias para a eleição de 22 de janeiro apontar para o favoritismo da ala ortodoxa judaica liderada por Moshe Feiglin para o Knesset (Parlamento de Israel).
Os candidatos mais conservadores, especialmente os ligados ao lobby dos colonos, dizem acreditar em uma eleição sem dificuldades.
O líder do lobby dos colonos, Moshé Feiglin, aparece na 14ª posição da lista dos candidatos do Likud para as legislativas de janeiro, à frente da ministra da Cultura, Limor Livnat, 17ª.
Os candidatos mais moderados, como o vice-premier Dan Meridor e os ministros Benny Begin e Michael Eitan, mostraram estar enfraquecidos no partido.
Um dos motivos para isso é a posição os candidatos do Likud sobre a criação de um Estado palestino. A trégua concluída por Netanyahu na quarta-feira, após oito dias de bombardeio contra a Faixa de Gaza, certamente influenciou a decisão dos eleitores da direita.
Atualmente, a mídia mundo árabe continua denunciando o que chama de “invasões dos judeus” ao chamado Monte do Templo. Até hoje os muçulmanos proíbem os judeus de entrar no local para fazer orações ou carregar outros artigos sagrados.
A Autoridade Palestina e o ramo islâmico do chamado “Movimento da Galileia” alegam que Israel está cavando secretamente por baixo do Monte do Templo para causar o seu colapso.
A Fundação Al Aqsa, nome da mesquita que se encontra no local onde a Bíblia aponta que ficava o Templo de Salomão original, teme que um novo governo de direita contamine o Monte do Templo. Segundo o jornal online Israel National News, membros da Fundação dizem que às vésperas da eleição o primeiro-ministro Netanyahu irá anunciar os planos de construção do Terceiro Templo, que eles chamam de “falso”. Para a maioria dos muçulmanos, nunca houve naquele local o Primeiro e Segundo Templo sagrado para os judeus.
Eles agora fazem um apelo ao mundo muçulmano, alegando que “a mesquita de Al-Aqsa está em perigo e os muçulmanos fiéis devem assumir a responsabilidade de salvá-la”, invocando a tradição que considera o local sagrado para o Islã.
Feiglin é conhecido por seu desejo de retomar o Monte do Templo, e depois da operação Coluna de Nuvem, de combate ao terrorismo, escreveu: “Devemos expulsar os muçulmanos do Monte do Templo e restaurar a soberania israelense exclusiva. O Monte é o local mais sagrado do judaísmo. Devemos encorajar os judeus a subir o Monte do Templo, após os preparativos adequados de purificação e retomar sua soberania sobre o coração da nação judaica”.
Em agosto deste ano, o deputado nacionalista Zevulun Orlev defendeu a aprovação de uma nova “Lei Básica” que garantiria o financiamento e a mão de obra necessária, para construção do Terceiro Templo. Ele publicou um artigo no semanário hebraico Olam Katan, com o título de “Reforma Interna e Legislativa”, defendendo que o Templo deve ser reconstruído em Jerusalém e que eram necessárias “mudanças fundamentais” na sociedade e no governo israelenses para que o projeto tenha sucesso.
O deputado reconheceu que para remover o ”impedimento religioso e político” de seu plano, ou seja, a presença da mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha no topo do chamado Monte do Templo, resultaria no enfrentamento dos cerca de um bilhão de muçulmanos do mundo certamente numa possível nova guerra mundial.
GP
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