Os efeitos do isolamento na vida do Salmista
Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! Salmos 42:1
Estamos enfrentando uma fase muito complicada. Momentos de confinamento, isolamento social; podemos até dar o nome de prisão domiciliar ou quem sabe um exílio dentro de nossa própria casa. Isso, de certa forma, tem causado transtorno em muitas pessoas, por elas não poderem mais se relacionar com seus entes queridos e não poderem mais exercer o direito de ir e vir.
Sentimos saudades do culto no templo, onde íamos juntos com os demais irmãos adorar ao Senhor. Sentimos a falta do aperto de mão, dos abraços, dos beijos nos idosos, nos bate papos mais achegados no pátio de nossa igreja, do momento da ceia onde trocávamos o cálice com os irmãos, ... A falta desses momentos nos deixa tristes, com uma dor no peito, chorosos, pois, foi tudo de repente. Não podemos mais fazer o que fazíamos.
Parou a reunião nas famílias, os almoços de finais de semana, as brincadeiras, as comemorações de aniversários. Muitas pessoas estão passando por um momento de tremenda tristeza, ansiedade, e em muitos casos entram em depressão. Tenho convicção que podemos também adorar ao Senhor em nosso lar (individual), pois não dependemos de um lugar fixo ou determinado para sermos verdadeiros adoradores (João 4:20-24). Mas Deus não nos criou para ficarmos isolados, Deus nos criou para vivermos uma vida de comunhão, tanto com Ele como com os irmãos, amigos, familiares, ...
A Bíblia no Salmo 42 relata algo semelhante ao que estamos vivenciando. O salmista começa esse salmo demostrando a sede e o desejo de estar na casa do Senhor, diante da Água que dá Vida Eterna. Quando pesquisamos mais profundamente esse salmo vemos o salmista, desencorajado, porque havia sido exilado para longe de Jerusalém, e não podia mais, junto com a multidão, participar das festas, dos louvores. Não podia mais adorar no coletivo, no "templo".
Essas festas foram instituídas por Deus, então a nação deveria lembrar de tudo o que o Eterno Deus havia feito ao seu favor. Muitas dessas comemorações eram no coletivo. (podemos ler mais sobre isso em Levítico 23).
O salmista estava angustiado, ele se encontrava em seu confinamento, em um quadro de profunda tristeza, as lágrimas eram sua companhia de dia e noite. Veja o que ele relatou no Salmo 42:3: “As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?”
Assim como o cervo bramia pelas correntes das águas (esse animal depende da água para sobreviver), o salmista compara a sua real situação, à sede de estar no templo, na presença de Deus, pois era isso seu real motivo para viver. O que mais angustiava o salmista é ter que ouvir frases como: " Onde está o teu DEUS?" Onde está o Deus dos hebreus que não te libera dessa prisão, desse confinamento? Onde está o teu Deus que não tira essa tua ansiedade?
Então, o salmista movido de esperança, confiança, declara: "Eu ainda O louvarei!"
A confiança do salmista era tamanha em que Deus reverteria aquela situação, que com fé visualiza momentos novos que viriam.
“Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face, e o meu Deus”. (Salmos 42:11)
O salmista sabia que aquele exilo, confinamento, era passageiro e que, mais à frente, voltaria com a multidão ao templo para prestar culto ao seu Deus.
Eu quero trazer ao contexto dessa reflexão o Salmo 126:1-6 onde retrata a alegria dos exilados quando voltaram para Jerusalém.
“Quando o SENHOR trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham.
Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres. Traze-nos outra vez, ó Senhor, do cativeiro, como as correntes das águas no sul.
Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria.
Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.”
Quantos nesse momento estão amargurados, tristes? Quem sabe em um estado de depressão devido a essa pandemia? Estão com saudades de culto em suas igrejas, saudades de rever seus filhos, parentes, mas estão exilados e não podem regressar a sua rotina normal. Gostaria de dizer a vocês que tudo isso vai passar! Creia que Deus já está agindo ao nosso favor! Breve, muito em breve você vai cantar esse salmo 126: “Grandes coisas fez o Senhor por nós por isso estamos felizes...”
Breve a nossa rotina vai voltar à normalidade. Breve você adorará ao Senhor em sua Igreja, junto com seus irmãos! Isso tudo tem um prazo de validade. Deus está no controle!
Deus abençoe ricamente a sua e a minha vida!
Pb. Josiel Dias
IEC Alcântara