717 muçulmanos morrem tentando “apedrejar satanás”

Segunda tragédia durante a peregrinação a Meca em 2015
Segundo o Alcorão, todo muçulmano deveria visitar Meca pelo menos uma vez na vida. Sendo assim, há centenas de anos os fiéis do Islã vão para a Arábia Saudita e circulam a pedra da Kaaba, além de outros rituais. Essa peregrinação chama-se hajj, sendo um dos “pilares” da fé em Alá.

Pelo calendário muçulmano, hoje (24) é o primeiro dia da festa do Eid al-Adha. No mundo todo, milhões de carneiros são sacrificados para lembrar o livramento que Deus deu a Ismael, não permitindo que Abraão o matasse. Contrariando o relato bíblico, os muçulmanos afirmam que o filho da promessa não é Isaque, mas sim Ismael.

O ritual exigido dos fiéis é que lancem sete pedras contra uma grande pilastra que representa Satanás. Amanhã, são 21 pedras jogadas contra três grandes pilastras (grande, média e pequena). Isso simboliza a recusa do muçulmano em ouvir as tentações. Neste caso, sua tradição diz que Satanás tentou impedir Abraão de obedecer a Deus.



Contudo, pelo menos 717 pessoas morreram e mais 805 ficaram feridas durante um tumulto no local do apedrejamento. Os números foram divulgados pela Defesa Civil de Meca. As vítimas são de várias nacionalidades, afirmam as autoridades.

O ministério da Saúde da Arábia Saudita confirmou que a tragédia ocorreu perto de uma das pilastras quando diferentes grupos que tentavam iniciar o ritual de apedrejamento com um grupo que tentava sair. No local existem diferentes túneis e vias elevadas. Este mês mais de 3 milhões de muçulmanos participaram do hajj.

Nos últimos anos, as autoridades realizaram obras importantes tentando facilitar o deslocamento das pessoas, mas não foi o suficiente para evitar a morte de centenas nesta quinta-feira. A maioria dos peregrinos padeceu após ser pisoteada pela multidão.

Esta foi a segunda tragédia a ceifar a vida de mulçumanos em menos de duas semanas. Dia 11 de setembro, antes do início da peregrinação, uma grua desabou na Grande Mesquita de Meca e matou 109 pessoas. 

Com informações de The Guardian e NY Daily News

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