Mais de 80% da população do México se declara católica. Mas como em toda a América Latina, os católicos mexicanos vêm perdendo fiéis nas últimas décadas em um ritmo acelerado.
A região sul do país, onde vivem as comunidades indígenas, é onde a Igreja Evangélica tem presença mais forte. O destaque fica para a região de Navenchauc, no estado de Chiapas, onde os católicos são menos de 60%. Esta semana o papa Francisco está em visita ao México e visitou o local.
Horas antes de sua chegada, uma igreja evangélica foi queimada durante a madrugada na cidade de Zinacantán. Segundo o advogado Luis Herrera, os incendiários invadiram o local, empilharam no altar o púlpito, as cortinas, algumas mesas e cerca de 200 cadeiras. Em seguida, colocaram fogo e evadiram-se.
Herrera diz que a igreja Fuente de Fe, Alabanza y Poder sofreu grande prejuízo, ficando quase toda destruído. Contudo, não teve apoio das autoridades para investigar o crime.
Ciro Diaz, pastor da congregação, disse que não conseguiu fazer uma queixa nem contratar facilmente um advogado que desejasse o caso. Mesmo assim, a igreja se diz confiante que “as investigações irão apontar os responsáveis e saber o motivo que causou isso”.
Existe um movimento declarado de radicais para expulsar os “não católicos” que é especialmente forte nas regiões mais afastadas.
O ocorrido em Chiapas não é o único nos últimos dias que mostra a perseguição aos evangélicos. A ONG International Christian Concern (ICC) denunciou recentemente que 10 famílias, totalizando 18 adultos e 10 crianças foram expulsas da comunidade de Tuxpan de Bolanos, no estado de Jalisco. Eles eram membros da pequena igreja evangélica da cidade e se recusaram a “negar sua fé protestante”.
Foi realizada uma assembleia na cidade onde decidiram expulsar essas famílias. Homens armados invadiram suas casas, os colocaram em uma caminhonete e abandonaram a todos nas montanhas próximas.
O presidente regional da denominação batista, Omar Rodriguez, conseguiu que a prefeitura cidade de Guadalajara, a capital do estado de Jalisco, desse abrigo paras essas famílias.
O governo federal do México tem ciência dessas situações, mas nada faz para proteger as minorias religiosas. No ano passado, o ICC denunciou o crescimento de uma “onda de perseguição” contra os evangélicos mexicanos.
No ano passado foram mais de 70 casos registrados contra as comunidades “não católicas”, cada uma envolvendo entre 20 e 100 vítimas, nos estados de Chiapas, Hidalgo, Oaxaca, Puebla e Guerrero.
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