O evento anual contou com paradas estratégicas para oração. (Foto: Karlos Aires).
A 24ª edição da Marcha para Jesus na capital cearense marca um novo tempo no história do evento, que proclamou o amor de Cristo pelas ruas da cidade.
Mais uma vez, cristãos da cidade de Fortaleza se uniram para orar e demonstrar o amor de Cristo às pessoas. A Marcha para Jesus, que na capital cearense teve sua 24ª edição na último sábado (3), marcou o início de uma nova fase. Com uma nova direção e organização, o evento reuniu evangélicos de diversas denominações que juntos repetiam o mesmo lema: “Jesus é o Senhor de Fortaleza”.
A estudante Vanessa Freitas, de 16 anos, participou pela pela primeira vez do evento. “Estou muito feliz por fazer parte disso, porque meus pais não deixavam, mas neste ano eles permitiram e eu não vejo a hora de orarmos juntos pela nossa cidade”, disse a jovem. Já o vendedor autônomo Ricardo Dias ressaltou a importância desse dia para ele. “Todo ano eu venho representar Cristo nas ruas. Agora a caminhada é menor, mas mesmo assim estamos declarando o poder de Deus para quem nos vê passando”, comentou.
Os cristãos começaram a se concentrar na praça do Centro Cultural Dragão do Mar, às 15h e pontualmente saíram às 16h rumo ao aterro da praia de Iracema, ode foram recepcionados com muita música e oração, elementos que também fizeram parte do trajeto que contou com um trio elétrico. Durante o percurso, foram realizadas três paradas estratégicas para orar pela cidade. Melhorias na saúde e na segurança estavam nos pedidos dos líderes que clamaram pela região.
Para o pastor Sandro Fiuza, vice-presidente da Ordem de Ministros e Pastores Evangélicos do Ceará (ORMECE) e um dos organizadores da Marcha, o evento desse ano ganhou um tema bastante apropriado. “Eu acho que o tema é muito atualizado. Eu, de certa forma, fico um pouco preocupado e a nossa luta é tentar conscientizar aqueles que são cristãos, evangélicos que temos um objetivo muito maior”, disse em entrevista exclusiva para o Portal Guiame.
“A Marcha não tem um objetivo de poder, ela não quer demonstrar que somos melhores que ninguém, ela veio para derrubar as barreiras. Ela é uma marcha feita de pessoas que querem dizer que Jesus Cristo é amor e fica muito difícil você falar isso sem atitude. Entendemos que a Marcha é uma atitude para dizer que Jesus Cristo é o Senhor e Ele é amor”, respondeu.
O que a Marcha para Jesus representa?
Fiúza afirma que o evento defende o conceito bíblico de Família. “A Marcha é uma caminhada de várias pessoas com o mesmo propósito: Jesus cristo é o Senhor. Dentre aquilo que estamos professando, a Família é muito importante para nós, porque entendemos que ela é a célula espiral e a célula onde tudo se constitui”, disse.
“Nós defendemos a família, defendemos que as pessoas tenham respeito com as outras, exerçam seu direito de fé ou qualquer outro de acordo com aquilo que o seu coração fizer. A Marcha é um dizer para Fortaleza: Existe um Deus superior, maravilhoso que ama sua vida, a minha vida, independentemente daquilo que a gente faça, seja ou do que a gente gosta”, ressaltou.
Já o pastor Samuel Munguba Júnior, líder da Comunidade do Amor, declara que a Marcha é uma oportunidade da Igreja se posicionar na cidade. “Quando nós nos posicionamos como Igreja, podemos ocupar territórios. A Bíblia diz, ‘onde você colocar a planta do seu pé, Eu te dou por herança”. Aí ela diz também, que devemos olhar para um lado e para o outro. Nós precisamos caminhar pela cidade, proclamando que Fortaleza é do Senhor Jesus e que Fortaleza é a cidade do avivamento. E é isso que estamos proclamando como Igreja hoje, dizendo que Jesus é o Senhor da cidade”, pontuou.
A família e o papel da Igreja
O pastor Sandro Fiúza ressalta que a luta dos cristãos deve ser pela família, a base da sociedade. “Se as coisas continuarem do jeito que estão, a Família vai degringolar cada vez mais. Não queremos atacar as pessoas, queremos abrir os olhos dessas pessoas para o conceito bíblico que diz que a família tem que ser organizada dessa maneira, para que ela venha procriar, ensinar e para que ela venha a ser o sentido da gente. Porque todo mundo vem de uma família. Ninguém nasceu de um ovo, todo mundo ou tem um pai, uma mãe, irmão. Então, esse é o novo princípio de defender a família”.
Munguba Júnior ainda falou sobre o que de fato têm atingido o contexto familiar. “O que tem afetado as famílias hoje não é nem a questão da influência da mídia, como as pessoas têm falado. O que está faltando hoje é voltar a origem da família nuclear, da família que almoça junto, que lê a Bíblia junto, que tem o culto doméstico. Nós temos isso em casa, a família vai bem, mas hoje o nosso corre corre é que faz com que a família seja realmente destruída”, disse.
“Não é tanto os meios de comunicação, porque eles estão aí, sempre estiveram em escalas diferentes. Mas a família, quando está unida, ela prevalece. A igreja tem esse papel de chamar e dizer: ‘Atenção, nós temos uma proposta para a família. Temos pequenos grupos, células, encontro de casais’. Todas as ferramentas que a igreja de Fortaleza dispõe para ajudar a família”, comentou.
Os evangélicos e a sociedade
Para o pastor Abimael Prado, capelão da ORMECE, o povo evangélico tem crescido e precisa transformar a imagem da qual os não crentes têm sobre o povo de Deus. “Os evangélicos estão crescendo mais a cada dia e se juntando mais. Então, essa é a imagem que a sociedade precisa ter dos evangélicos, que é diferente daquela imagem antiga de que éramos divididos”, disse.
“A Marcha serve para unificar, para juntar e mostrar um padrão, que todos seguem o nome de Jesus, todos adoram e servem a Jesus. Essa é a grande contribuição para a imagem dos evangélicos no Brasil que está um pouco desfeita em função dos escândalos”, pontuou.
Os evangélicos estão crescendo bastante em quantidade, mas e em qualidade? Abimael responde: “Em qualidade, estamos muito aquém do desejado. Na verdade, quanto mais cresce, mais difícil fica de se organizar. Em termos de qualidade, de essência, estamos perdendo muito. Os evangélicos estão ficando aquém da mensagem do Evangelho, da prática e da ética cristã”, alertou.
“Claro que existem comunidades que você percebe que são pedaço do céu na terra. Existem comunidades de evangélicos que estão vivendo um grande avivamento, mas são muito pequenas, não aparecem na mídia. Quem aparece na mídia geralmente é quem está ligado a problemas de corrupção”, finalizou.
Mais de 100 pessoas se converteram após o apelo do evangelista Schneider, no encerramento da Marcha e muitas pessoas deram testemunhos de cura.
*Imagens: Karlos Aires e Irion Oliveira
Guiame
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