“É impressionante como a Bíblia é contemporânea. Às vezes tenho a estranha sensação de que os escritores moram aqui ao lado.
Observe João 6.
A Páscoa se aproximava. Uma multidão seguia Jesus depois de ver os milagres que Ele realizara. Organizado, Jesus pede que a multidão se assente e realiza então a sua primeira multiplicação dos pães.De acordo com o Discovery Channel, o povo chegava a pagar cerca de 30% de sua renda em impostos, fora os dízimos que, muitas vezes, eram arrancados à força pela elite sacerdotal. O clima de revolta contra os romanos era latente, mas nítido.
Diante desse quadro, um homem simples, amigo do povão, aparece curando os enfermos e saciando uma multidão de cerca de cinco mil homens. Oras, era literalmente a fome encontrando a vontade de comer. Imediatamente o povo quis coroar Jesus, que prontamente retirou-se sozinho para os montes.
Porém, o povão, determinado em coroar Jesus, persegue-o até encontrá-lo. Chega, então, já puxando conversa: "Jesus, quando você chegou aqui?" - ao que Jesus responde (mais ou menos) assim: "Eu sei porque vocês estão me procurando. Tão de barriga cheia, né!? Vocês precisam é crer em mim!", ao que o povo responde: "Vixe, por isso, não! Nossos pais comeram maná do céu. E você, Jesus... O que tem para nos oferecer?" (v. 26-33).
Eis o vislumbre hodierno. Quando me pego nos embates apologéticos da vida, sou categórico: "A culpa é do povo. Os apóstolos e profetas da atualidade simplesmente dão o que lhes pedem." A coisa é simples assim - a igreja que oferecer mais, leva! Lei básica da oferta e procura.
Quantos são curados na sua igreja por domingo? Quantos caem? Você ganha o copinho com água benzi... ops, ungida ou tem que levar de casa? Na sua igreja tem arca? Quantos atos proféticos vocês já fizeram esse ano? Tem fogueira? E shofar?
Meu irmão, chega a ser constragedor dizer que lá na igreja a gente faz o louvor, recolhe uma oferta voluntária, reflete na Palavra e depois vai pra casa. Tá difícil competir com essas raves evangélicas que varam a noite e só terminam quando acaba a lã.
Mas cá pra nós? O povo gosta! E se disser que "hoje o teu milagre vai chegar" aí é que o povão fica satisfeito - dá até 30% de dízimo (rs), mesmo que não aconteça absolutamente nada, afinal, tem que ter fé... e muita, porque viver com 70% hoje em dia tá pela hora da morte.
Mas voltando à subversividade do evangelho da cruz, quando o povo ouve as palavras de Jesus, resmunga: "Ai, que palavra dura. Deixa quieto. Vam'bora?". Então, como não tinha programa de rádio, TV ou contrução de mega-templo em vista, Jesus diz pros doze: "E aí... Não querem ir também?"
Esse Jesus, hein... Dá até a impressão de que Ele não se interessa muito por quem vai à igreja apenas em busca de milagres. Sei lá... prefiro dizer como Pedro: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus" - isso me basta!
Toda glória ao Senhor Jesus!
Fonte O Galileo
L. Rogério
Autor do livro "Adoração para Anônimos" (Editora Reflexão), L. Rogério tem ministrado nas áreas de adoração, apologética, liderança, família, entre outras. Seu ministério consiste em encorajar a igreja a um relacionamento íntimo e autêntico com Deus. Casado com Dany Miranda, que faz parte ativamente de seu ministério, já ministrou em diversas igrejas no Brasil e nos Estados Unidos. É fundador do projeto "Escola de Adoração" em SP que reúne todos os anos diversos músicos, cantores e palestrantes comprometidos com o Reino.
Muito bom... e extremamente pertinente... Deus o abençoe sempre!!!!
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