Quase Afogados

Pois o Meu poder é mais forte quando você está fraco. 2 Coríntios 12:9
Praia de Ipanema, Rio de Janeiro, 30 anos atrás. O Sol era mais saudável, sem tantos problemas com a camada de ozônio. O mar era mais baixo antes do aquecimento global. A água era mais limpa sem poluição. 

E os banhistas aproveitavam o domingão sem arrastões. Se hoje cantamos: "O Rio de Janeiro continua lindo!", ele era ainda mais admirável. Com sete anos de idade, eu me esbaldava sempre que íamos àqueles 2,6 quilômetros de praia paradisíaca. 

O Posto 9 era nosso lugar cativo, e uma deliciosa água de coco refrescava a tradição dos fins de semana. Moramos na Cidade Maravilhosa durante cinco anos e praticamente só temos lembranças fantásticas de nossas aventuras na cidade-postal do Brasil. Com exceção de uma. Estávamos, eu e meu paizão, aproveitando as ondas cariocas num domingo ensolarado a 40 graus Celsius . 

Como sempre, não avançávamos água adentro além da cintura. Enquanto minha mãe se estirava sob um guarda-sol laranja, o imprevisível aconteceu. Uma onda forte nos puxou oceano adentro e, de repente, ficamos sem chão. Estávamos num banco de areia que se desfez sob nossos pés, tragando-nos para águas mais profundas. 

Começamos a nadar, mas foi em vão – quanto mais tentávamos, mais nos distanciávamos. Até que meu pai gritou: "Filho, nade acompanhando a praia! Não tente sair no sentido reto. Vá nadando lá para a frente!" Sábio conselho! Fomos indo rente à orla, sem afobação. 

Minutos depois – e várias quadras à frente – sentimos o chão com água pelos joelhos. Ufa! Escapamos do redemoinho. Três décadas depois, ainda me lembro da lição número um de quem é surpreendido por uma correnteza: não lute contra ela, mas nade junto dela até sair em outro canto, lá na frente. Quem morre afogado, mesmo sabendo nadar, é por se apavorar ou se cansar diante da força do mar. 

O melhor a fazer é ir com calma. Quando surgirem problemas, uma boa sugestão é parar de lutar desesperadamente contra eles e chamar Jesus para cuidar disso. O melhor é controlar o impulso e pedir que o Senhor o conduza adiante. Afinal, lutar sozinho contra é pior que contar com Deus para lutar a seu favor. 

Com Ele, o chão voltará sob seus pés antes que seja tarde demais. E a correnteza do mal perderá para a fortaleza divina. Viver assim é uma forma de não se afogar neste mundo traiçoeiro. 

Por Eloise Alves

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