Centenas se reúnem em igreja e lamentam a decapitação de quatro cristãos no Egito. (Foto: Reprodução)
A minoria cristã copta perseguida do Egito foi nomeada para o Prêmio Nobel da Paz de 2018, sendo considerado o primeiro grupo etno-religioso a receber a premiação.
Embora o comitê norueguês do Nobel ainda não tenha divulgado os nomes dos indicados, a organização Coptic Orphans anunciou a indicação em sua página do Facebook na terça-feira (25), observando que eles foram nomeados devido à sua recusa em reagir com violência ou guerra aos recentes ataques terroristas que cristãos coptas sofreram.
Há 331 indicados para o Prêmio Nobel da Paz deste ano, que incluem 216 indivíduos e 115 grupos, tornando-se o segundo maior número de candidatos desde 2016, quando havia 376.
O ganhador do Prêmio Nobel da Paz será anunciado na sexta-feira, 5 de outubro, com a cerimônia oficial de aceitação do prêmio sendo realizada em dezembro.
Em um comunicado divulgado em resposta à notícia, Coptic Orphans observou a perseguição que a Igreja tem sofrido no Egito desde 2011, quando os protestos da "Primavera Árabe" levaram à derrubada do ditador Hosni Mubarak.
"De acordo com um relatório de 2018 da instituição de caridade cristã Portas Abertas (EUA), os cristãos no Egito enfrentam 'níveis sem precedentes de perseguição'. No ano passado, de acordo com o relatório, 128 cristãos egípcios foram mortos e mais de 200 foram expulsos de suas casas, por causa de sua fé", disse a organização.
"Apesar disso, os cristãos coptas sempre se recusaram a retaliar e continuaram a praticar a coexistência pacífica", acrescentou.
Nos últimos anos, os cristãos coptas foram submetidos a numerosos ataques brutais e atentados a bomba cometidos por extremistas islâmicos.
Em maio de 2017, por exemplo, extremistas islâmicos atacaram um grupo de cristãos coptas a caminho de um mosteiro ao sul do Cairo, matando cerca de 30 pessoas.
Em outubro de 2011, mais de 20 coptas foram mortos e cerca de 200 feridos em confrontos violentos após a minoria cristã estar protestando contra a crescente perseguição às igrejas.
No início deste ano, uma jornalista copta chamada Engy Magdy escreveu um editorial publicado pelo site de notícias católicas baseado no Brooklyn 'The Tablet', documentando como a vida das mulheres cristãs no Egito era um "inferno".
"Ser uma mulher em um país onde a maioria das pessoas vê as mulheres como uma desgraça e, na melhor das hipóteses, olham para elas de um ponto de vista sexual, é um fardo pesado, mas ainda pior quando você é uma mulher cristã", escreveu Magdy. "A maioria das mulheres muçulmanas no Egito usa um hijab e, portanto, as outras que não usam são coptas. Isso significa que o egípcio acha que tem o direito de assediá-la, simplesmente porque a vê como uma prostituta e descrente".
Guiame
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