Declaração feita por editor de jornal judaico gera polêmica na véspera da eleição americana
Andrew Adler, proprietário e editor-chefe do jornal Atlanta Jewish
Times, publicou um editorial polêmico essa semana, que vai render-lhe
muita dor de cabeça e provocar um incidente diplomático.
Em sua coluna, Adler apontou três possibilidades aceitáveis para
Israel lidar com o Irã. A primeira fala sobre ataques a grupos políticos
terroristas como Hamas, Hezbollah. Enquanto a segunda menciona destruir
as instalações nucleares iranianas, que pretendem em breve abrigar
bombas nucleares.
Sua terceira sugestão, contudo, foi que o premier israelense,
Benjamin Netanyahu considere a possibilidade de ordenar que o Mossad,
Serviço Secreto de Israel, elimine o presidente dos EUA, Barack Obama.
Desta maneira, seu vice-presidente ficaria com o posto. Essa seria a
maneira mais eficaz de impedir o programa nuclear iraniano. Para Adler,
Obama é um “aliado hostil” e sua política externa poderia por em risco a
existência de Israel.
Quando Obama fosse substituído, Israel poderia exigir que “a política
externa dos EUA ajude o Estado judeu a exterminar seus inimigos”.
Segundo Andrew Adler, círculos internos de Israel já discutiram esta
ideia. Afinal, o vice Joseph Biden declarou durante a campanha: “Eu sou
um sionista. Você não precisa ser judeu para ser um sionista”. Em outra
oportunidade descreveu Israel como o “maior aliado dos EUA no Oriente
Médio”.
O artigo criou revolta na comunidade judaica americana. Andrew Adler,
depois de receber críticas pesadas, pediu desculpas, declarando que não
tinha desejo de ver o presidente morto. “Lastimo muito. Seria melhor se
eu não tivesse escrito esse artigo”, disse ele em nota oficial.
Em uma entrevista ao site Gawker.com, Adler negou que ele estava
defendendo o assassinato de Obama, mas admitiu que fora infeliz em suas
colocações e desejou apenas provocar a reflexão em seus leitores.
O Comitê Judeu-Americano, com sede em Atlanta, emitiu uma dura
condenação do artigo Adler, dizendo que suas propostas são
“inacreditavelmente chocantes”.
“Embora reconheçamos o pedido de desculpas do Sr. Adler, estamos
boquiabertos que ele tenha dito tal coisa. Como ele pôde conceber uma
ideia tão errada?” disse Dov Wilker, diretor do Comitê.
Alguns rabinos se pronunciaram, afirmando que Adler “é um
meshugenah”, palavra iídiche para “louco”. Desmentindo Adler, o governo
israelense negou que esse tipo de ideia foi alguma vez sequer
considerada.
Abraham Foxman, diretor nacional da Liga Anti-Difamação, também
criticou o editor do jornal, dizendo que “Não há absolutamente nenhuma
desculpa, nenhuma justificativa, nenhuma racionalização para este tipo
de retórica. Estas são palavras extremistas e irresponsáveis . É
ultrajante. Um pedido de desculpas não pode reparar o dano irresponsável
dessa retórica perigosa. As ideias expressas na coluna de Adler
refletem um discurso extremista que, infelizmente, existe… até mesmo em
alguns segmentos da nossa comunidade. Eles maliciosamente rotulam o
Presidente Obama como um ‘inimigo do povo judeu’”.
Um porta-voz do Serviço Secreto Norte-Americanao, Max Milien, disse
que Adler poderá ser investigado, caso seja considerado uma ameaça real à
segurança do presidente. ”Estamos cientes deste assunto e tomaremos
todas as medidas adequadas para investigar a acompanhar este assunto”,
disse Milien.
Traduzido e adaptado de ABC News e Gawker
Gospel Prime
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