Hoje, quando vou à livraria da igreja, vejo todos os tipos de versões da Bíblia e me emociono vendo as pessoas comprarem a sua versão preferida.
Na China, durante os anos da Revolução Cultural, uma cristã, Lan Xin, da província de Líaoning, fez muitos esforços para preservar o seu exemplar da Bíblia. Veja seu emocionante relato, extraído da revista cristã mensal "Tiang Feng".
Shenyang, China - "Hoje tenho diversas Bíblias na minha prateleira. É uma maravilha ter tanta escolha, a ponto de, por vezes, não saber qual delas escolher. Mas há um exemplar da Bíblia, muito antigo e gasto, até com folhas caindo, do qual jamais vou me separar. Todas as vezes que meus olhos o vêem, lembro-me da sua história e daqueles anos terríveis...
"Um dia, na primavera de 1967, vi um grupo de pessoas ir à casa de um crente e vasculhá-la em busca de Bíblias. Finalmente, não tendo encontrado nenhuma, começaram a examinar o assoalho. Um dos homens começou a escavar exatamente no local onde eu sabia que as Bíblias haviam sido enterradas. Fiquei tão preocupada, que mordi meu lábio inferior até sangrar. Mas mantive-me em oração, pedindo a Deus proteção e paz para aquela família. Aquele incidente despertou medo na comunidade, e algumas pessoas decidiram que era mais seguro enterrar suas Bíblias secretamente. Eu era apenas adolescente, mas via pessoas adultas, que realmente amavam a Deus, sentindo-se ameaçadas a ponto de fazer uma coisa tão estranha como aquela.
Na China, durante os anos da Revolução Cultural, uma cristã, Lan Xin, da província de Líaoning, fez muitos esforços para preservar o seu exemplar da Bíblia. Veja seu emocionante relato, extraído da revista cristã mensal "Tiang Feng".
Shenyang, China - "Hoje tenho diversas Bíblias na minha prateleira. É uma maravilha ter tanta escolha, a ponto de, por vezes, não saber qual delas escolher. Mas há um exemplar da Bíblia, muito antigo e gasto, até com folhas caindo, do qual jamais vou me separar. Todas as vezes que meus olhos o vêem, lembro-me da sua história e daqueles anos terríveis...
PERSEGUIÇÃO
"Há muitos anos, houve um movimento de renovação nacional, surgido com o propósito de varrer e eliminar ‘demônios e maus espíritos’, destruir a ‘antiga cultura’ e estabelecer uma ‘nova cultura’. Mas, de acordo com as definições daqueles que participavam desse movimento, a Bíblia fazia parte da antiga cultura e precisava ser destruída. Além disso, alguns cristãos sofriam toda espécie de perseguição e, nos encontros públicos, eram ‘combatidos’, o que significava que eram denunciados e sofriam oposição. Parte da perseguição era confiscar e queimar as coleções de hinos, literatura devocional e as Bíblias dos cristãos. Quem não quisesse ter sua Bíblia queimada precisava escondê-la ou enterrá-la. "Um dia, na primavera de 1967, vi um grupo de pessoas ir à casa de um crente e vasculhá-la em busca de Bíblias. Finalmente, não tendo encontrado nenhuma, começaram a examinar o assoalho. Um dos homens começou a escavar exatamente no local onde eu sabia que as Bíblias haviam sido enterradas. Fiquei tão preocupada, que mordi meu lábio inferior até sangrar. Mas mantive-me em oração, pedindo a Deus proteção e paz para aquela família. Aquele incidente despertou medo na comunidade, e algumas pessoas decidiram que era mais seguro enterrar suas Bíblias secretamente. Eu era apenas adolescente, mas via pessoas adultas, que realmente amavam a Deus, sentindo-se ameaçadas a ponto de fazer uma coisa tão estranha como aquela.
IMPRESSÃO PROFUNDA
"Minha mãe, no entanto, pensava diferente. Para ela, a Bíblia era mais importante que ouro, prata ou qualquer riqueza, até mesmo mais preciosa que a vida. Ela era incapaz de queimar sua Bíblia. Entre os fatos de minha infância que ficaram gravados em minha memória, está a lembrança de minha mãe ao chegar do trabalho todos os dias. Quando tinha algum tempo livre, pegava sua Bíblia e começava a ler. Ela lia até tarde da noite. E, quando eu acordava no dia seguinte, ela já estava lá sentada, lendo sua Bíblia novamente. Essa rotina causou em mim profunda impressão e curiosidade a respeito do conteúdo desse livro. Quando aprendi a ler, senti pessoalmente a doçura da Bíblia e me deliciei com o seu conteúdo.
DIAS DE EXPURGO
"Na época em que as Bíblias estavam sendo queimadas, tentamos esconder nossos exemplares em casa. Escondíamos nossas Bíblias debaixo do fogão. Era um tempo de grande ansiedade. Um crente foi acusado publicamente e pressionado para dar o nome da nossa família. O chefe da organização em que trabalhávamos nos chamou ao seu escritório repetidas vezes para lhe darmos explicações. A nossa situação tornou-se perigosa e estávamos sentindo medo. Se queimássemos os livros, o problema desapareceria. Mas não pensávamos fazer isso. Decidimos orar e pedir orientação ao Senhor Jesus. "Resolvemos enterrar as Bíblias num canteiro do jardim de nossa casa. Embrulhamos cada Bíblia cuidadosamente em plástico e as colocamos sob as raízes das plantas, recolocando a terra de modo que nada parecesse alterado. Pensávamos que teríamos paz.
"Certa noite, o Comité do Bairro, repentinamente, convocou uma reunião em que todos deveriam comparecer. Foram feitas graves acusações contra os crentes. ‘Todas as coisas reacionárias precisam ser combatidas, do contrário não conseguiremos eliminá-las’, disse o líder. ‘Todas as pessoas presentes que forem crentes devem dar espontaneamente seus nomes, do contrário faremos com que confessem à força...’
"Quando voltamos daquela reunião, pude notar que mamãe estava preocupada. É melhor encontrar um local mais seguro para aquelas Bíblias, longe da nossa casa, disse ela. Na noite seguinte, bem tarde, assegurando-me de que não estava sendo observada por ninguém, desenterrei as Bíblias, coloquei-as num saco e saí pela noite levando comigo uma pá e o saco nos ombros, como se fora um ladrão.
QUE FAZER?
"Em que local esconde-las? À medida que ia andando, pedia a Deus e sentia lágrimas escorrendo em meu rosto: ‘Senhor! É da tua vontade que isso aconteça? O que devo fazer?..’ Subitamente, vi um trem passando; eu havia chegado até a estrada de ferro. Resolvi enterrar as Bíblias ao lado dos trilhos, no meio do capim que ali havia. Escavei um buraco e enterrei o saco com as Bíblias. Marquei o local com um pedaço de tijolo. Fiquei ali parada até que um vento soprou-me no rosto. Estremeci. Parecia que estava acordando de um sonho. Voltei para casa e agradeci a Jesus a sua direção e proteção. Chegando à minha casa, contei para minha mãe o que tinha feito, e ela só repetia: ‘Graças a Deus!’
MUDOU
"Anos mais tarde, o ambiente político mudou o suficiente para que se tornasse seguro ir desenterrar as Bíblias. Lembro-me de que isso ocorreu num mês de outubro. Estava frio quando fui desenterrar as Bíblias. Voltei logo para casa com a preciosa carga. Mamãe voltou a ler e estudar. Posteriormente, foram empreendidos esforços no sentido de que a Bíblia voltasse a ser publicada dentro da China. Eu fiquei muito feliz com essa notícia. Nossa família era constituída por quatro pessoas, e nossa renda mensal era de cem yuans (cerca de 15 Reais). Não tive dúvida em doar 100 yuans durante a coleta para publicação da Bíblia na China. "Hoje, quando vou à livraria, vejo todos os tipos de versões da Bíblia e me emociono vendo as pessoas comprarem a sua versão preferida. Deus é verdadeiramente grande. Temos de guardar preciosamente a sua Palavra e devemos estudar e distribuir a Bíblia com mais entusiasmo do que e nunca."
Testemunho extraído do Boletim World Report UBS, nº 333 setembro 1998 (texto condensado).
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