Éfeso, a Igreja do amor esquecido

I. ÉFESO, UMA IGREJA SINGULAR
II. O PROBLEMA DE ÉFESO
III. VOLTANDO AO PRIMEIRO AMOR
A primeira carta do Apocalipse está dirigida à congregação que se reunia no porto de Éfeso (cf. At 18.18; 19.41). Lar de Priscila e Áquila (18.27), essa cidade foi provavelmente o lugar aonde chegou o portador do livro de Apocalipse. Paulo e Apolo também haviam ajudado a estabelecer a Igreja nesse local.

O ministério de Paulo havia sido particularmente acompanhado pelo que Lucas chama de “maravilhas extraordinárias” (19.11). A comunidade cristã local também estava enfrentando uma terrível oposição, liderada pela associação dos ourives, cujos membros eram artífices das lucrativas imagens de Ártemis (a mesma deusa Diana) (19.23-40; cf. 2 Tm 4.14-17). Paulo havia deixado a cidade pouco antes da rebelião que ali se instalou, instigada por esse grupo de artesãos.
Essa carta descreve Jesus como alguém que “caminha entre” suas igrejas e “segura” seus pastores em sua mão direita (2.1b; cf. 1.12,20). Assim, Ele está, ao mesmo tempo, presente e dando apoio aos seus servos. Essa imagem faz a ligação entre a primeira carta e a visão do capítulo anterior (1.12ss.), talvez de uma forma positiva, tendo também em vista a importante indústria de metais preciosos de Éfeso (At 19.23-40).

Jesus ordena à igreja de Éfeso que adote uma posição firme contra os falsos apóstolos (v.2,6). O mal-entendido anterior de Apolo, a respeito do batismo cristão (At 18.25,26; 19.1-3), prognosticava o problema que Éfeso enfrentaria com os falsos mestres e seus ensinos (Ap 2.2; cf. Ef 4.21; 1 Tm 1.3; 2 Tm 3.1-9; 4.3,4). Em suas cartas, Paulo menciona especificamente três diferentes falsas doutrinas: a proibição do casamento (1 Tm 4.3); a proibição da ingestão de certos alimentos (4.3) e o ensino de que a ressurreição corpórea já havia acontecido (2 Tm 2.18). Aparentemente, a igreja local havia resistido a esses ensinos e também aos nicolaístas [...].

Infelizmente, a igreja de Éfeso não agiu bem nas áreas de seu comportamento e paixão por Cristo (v. 4,5). Seus primeiros anos foram caracterizados por milagres e por um grande crescimento (At 19.11-20), mas dessa época em diante ela havia “descido” desse nível (Ap 2.5). Ainda faziam sacrifícios pelo reino de Deus e trabalhavam diligentemente (v.3), mas seu fervor já não era o mesmo (v.4). A igreja estava condenada – a não ser que se arrependesse e voltasse às primeiras obras que haviam-na tornado tão grande (v.5).

Essa carta indica que uma correta doutrina não é suficiente para fazer uma igreja se tornar forte, nem mesmo quando seus membros desempenham um grande trabalho. Um passado glorioso não é a garantia de um futuro brilhante. Grandes igrejas nascem de uma grande paixão por Jesus Cristo (por exemplo, Sl 42.1; Lc 24.32). Nesse clima, o evangelho é proclamado (At 19.10), os doentes são curados e os demônios são expulsos (v.12). Os pecados são confessados (v.18) e o mal é vencido (v.19). Resumindo, o reino de Deus se manifesta através de seu poder.

Texto extraído do “Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento”, editado pela CPAD

Gospel Prime

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