Professor de Harvard e Malafaia defendem a não separação de política e religião

Michael Sandel é professor de filosofia da universidade de Harvard e ganhou destaque na revista Época de algumas semanas atrás.

Na publicação, Sandel fala da relação entre política e religião. Ele é contra a separação total das duas e dá alguns motivos para pensar assim.

“Meu segundo motivo para não insistir nessa separação completa entre política e religião é que a política diz respeito às grandes questões e aos valores fundamentais. Então, a política precisa estar aberta às convicções morais dos cidadãos, não importa a origem. Alguns cidadãos extraem convicções morais de sua fé, enquanto outros são inspirados por fontes não religiosas”, disse o filósofo.

O pastor Silas Malafaia aproveitou a volta do assunto polêmico e mais uma vez expôs seu ponto de vista sobre o debate.

Ele, que também defende a não separação de política e religião, também explicou o que o faz entender dessa maneira. Confira a publicação de Malafaia:

"Há quase 28 anos na televisão, eu venho dando consciência de cidadania ao povo evangélico. Fico rindo quando vejo gente me criticando agora, que talvez nem era nascido ou era muito pequeno, e com o advento da internet passaram a criticar e denegrir qualquer um que confronte suas ideias, estilos de vida ou convicções políticas e teológicas. Também passaram a fazer isso por simples inveja e “dor de cotovelo” do sucesso que alguém conquista no ministério, graças à benção de Deus, sem isso ninguém vai a lugar nenhum, e também muito trabalho e esforço.

Mediante a isto, coloco mais uma vez minhas convicções sobre a questão política e religião, que tem a ver com nosso segmento social que é religioso, pois somos evangélicos.

Vejamos então:

1) Jesus declarou: “Dai a César o que é de César, dai a Deus o que é de Deus”. César representa o poder político e Jesus não o chamou de diabo, como muitos cristãos fazem. Simplesmente mostrou nosso compromisso com a cidadania humana e celestial.

2) O apóstolo Paulo diz em Romanos 13.7: “… a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto…” Ele está reafirmando o compromisso da cidadania. Ser cidadão indica ter direitos e deveres, entre os quais: votar e ser votado.

3) A igreja de Jesus, como corpo místico de Cristo, não precisa de político nenhum. Só depende do Espírito Santo para que ela possa realizar a obra de Deus aqui na Terra. Mas as pessoas que pertencem à igreja, são seres humanos, inseridos no contexto social, a fim de influenciar em todas as áreas da nossa sociedade. Paulo diz: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento…”. Se nos omitirmos, os filhos das trevas vão influenciar e determinar sobre a vida social. E como consequência, seremos atingidos!

4) Existe um jogo pesado e creio que satanás está por trás disto. Todos podem influenciar na política: metalúrgicos, médicos, filósofos, sociólogos etc. Todo tipo de ideologia, inclusive a ideologia humanista/materialista, que nega a existência de Deus, pode influenciar na política. Mas o estilo de vida cristã, não! Isto é um absurdo! O povo de Deus não pode cair neste jogo. As nações mais poderosas e democráticas do mundo foram influenciadas, em todas as suas instâncias, pelo cristianismo.

5) Eu não fui levantado para ser político, mas, sim, para influenciar em todos os campos da vida. Qualquer pastor tem autoridade bíblica para orientar as ovelhas de Jesus em todas as áreas, porque Deus trata o homem como um ser biológico, psicológico, sociológico e espiritual. O que não concordamos é com nenhum tipo de extremismo religioso que queira cercear a liberdade das outras pessoas, mesmo contrárias aos nossos princípios."

Guiame

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