Médico Willie Parker (esquerda) e teólogo Russell Moore (direita). (Imagem: Guiame)
O médico Willie Parker afirmou que é cristão e sente que está "exercendo sua compaixão" ao realizar abortos. Porém o pastor Russell Moore respondeu a tais afirmações.
O teólogo evangélico Russell Moore desafiou um médico abortista que afirma que matar bebês é parte de sua fé cristã, dizendo que o que ele está fazendo é tentar redefinir o cristianismo e "desumanizar" Jesus Cristo.
"Willie Parker também diz que é um 'seguidor de Jesus Cristo', o que é ainda mais complicado", disse Moore, que é o presidente da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul. O teólogo escreveu um post em seu blog na última segunda-feira, intitulado "Quem Jesus Abortaria? Confissões de um Médico abortista 'Cristão".
O pastor comentou sobre o novo livro do médico, no qual o abortista disse que ele "está trabalhando na obra de Deus" quando mata bebês e criticou a afirmação de Parker.
"Seu novo livro sobre o porquê de Jesus apoiar sua prática do aborto nos mostra o resultado final de um cristianismo cultural no qual o eu posso redefinir qualquer coisa: Jesus, o Evangelho, a moralidade, a justiça e até a própria vida", acrescentou Moore.
O livro em questão, intitulado "Trabalho da vida: um argumento moral para a escolha" ("Life's Work: A Moral Argument for Choice"), foi divulgado na segunda-feira pela revista 'Rolling Stone'.
Nele, Parker descreve como ele se recusou a fazer abortos inicialmente, mas em menos de dois anos de prática mudou sua postura, depois de trabalhar em uma clínica ambulatorial para pessoas indigentes no Havaí, e viu o que aconteceu quando os abortos deixaram de ser prestados.
Parker afirma ter sido inspirado pelo sermão final de Martin Luther King, "Eu Estive no Topo da Montanha" ("I've Been to the Mountaintop"), quando ele tomou a decisão de apenas realizar abortos.
"Naquele dia, decidi exercer a compaixão cristã não por procuração, mas com minhas próprias mãos capazes", argumenta o abortista, tentando justificar sua decisão a favor do aborto.
Ao rever o livro de Parker, Moore disse que se assustou com a forma como o médico se gabava de ter aprendido a realizar abortos rapidamente e ter energia para fazer isso repetidamente, "como um atleta".
"Ele aprendeu, não somente a fazer esses abortos, mas também a acalmar sua própria consciência ao longo do caminho. Parker não esconde a mecânica espantosa do aborto. Ele escreve, passo a passo, o que ele faz em um desses procedimentos e depois dele", Moore descreveu.
O etiologista observou que Parker adota uma postura de "indiferença" ao aborto, encorajando suas pacientes a fazê-lo e elogiando aquelas que não se comovem durante o ultrassom de seu bebê.
"Você talvez se pergunte: 'Como alguém poderia se vangloriar de uma prática condenada pela Igreja Cristã desde o início no Império Romano e ao mesmo tempo assegurar que é um seguidor de Jesus Cristo?", Moore continuou.
"Bem, ele faz isso, primeiramente, desprezando a autoridade das Escrituras. Parker, em alguns lugares, tentará argumentar que a 'Bíblia não proíbe realmente o aborto", alertou o teólogo.
Moore afirma que Parker pinta a Bíblia como "misógina e patriarcal", desafiando qualquer concepção de que um bebê poderia ser considerado uma vida humana antes de nascer.
Russell Moore também explicou que a tentativa de Parker de desumanizar os bebês não-nascidos é muito parecida com a tentativa de "desumanizar Jesus".
"Em Cristo, afinal de contas, Deus se 'antropomorfizou' a si mesmo e somos apresentados a Jesus na história bíblica, assim como João Batista também era, como um filho não nascido (Lucas 1:44). Para continuar fazendo seu trabalho, Parker tenta despersonalizar as mulheres e crianças que ele encontra, tenta despersonalizar Deus numa abstração cósmica", escreveu Moore.
"A boa notícia é que Deus já lidou com consciências ainda mais culpadas que a do Dr. Parker, e Ele tem feito isso em misericórdia. A boa notícia é que Willie Parker pode um dia ter uma visão diferente sobre si mesmo e sobre Deus", disse ele . "Ele pode um dia se encontrar em Cristo Jesus como uma nova criação, o que aconteceu muitas vezes antes, com muitos de nós, e este novo nascimento não é apenas um processo, mas um milagre".
Guiame
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