Justificativa é que texto seria “enganoso”
O pastor Aloysius Bugingo, do Ministério Internacional Casa de Oração, de Uganda, gerou surpresa e revolta no país africano ao divulgar imagens de uma grande queima de Bíblias promovida por ele em sua igreja.
Divulgadas nesta segunda-feira (24), ele explicou que recolheu as Bíblias da maioria dos 6 mil membros de sua igreja na tentativa de livrar as pessoas de traduções “enganosas” e que não poderiam ser “uma fonte confiável do Evangelho”.
A atitude do pastor Bugingo foi recriminada por diversos líderes evangélicos do país africano, que classificaram a atitude como “ignorância”, “intolerância” e “blasfêmia”. A associação local de pastores pediu que ele se se arrependesse e pedisse perdão pela atitude.
As fotos das pilhas de Bíblias em chamas viralizaram nas redes sociais de Uganda, gerando um grande debate sobre as minúcias da tradução.
Segundo os membros da igreja, no domingo de Páscoa o pastor explicou que as versões King James e Good News não eram corretas por que usavam mais vezes a expressão “Holy Ghost” [Fantasma Santo, em tradução literal que “Holy Spirit” [Espírito Santo].
Bugingo insiste ainda que vários textos foram “adulterados” e que alguns versículos foram omitidos sem explicação. Para ele, mais que problemas de tradução, esses textos eram obra de “adoradores do diabo” e, portanto, só iriam confundir os verdadeiros cristãos.
“Satanás está tentando torcer as mentes daqueles que pensam ter conhecimento. Não há nenhuma palavra usada por Satanás que seja usada por Deus. Muitos de seus agentes se chamam pastores aqui em Uganda se levantam contra o que nós estamos fazendo aqui”.
O mistério liderado pelo pastor, que possui uma rádio e um canal de TV, anunciou que irá começar a imprimir suas próprias Bíblias “autorizadas”. Em resposta a seus colegas pastores, que condenaram a queima das Bíblias, disse não temer que Deus o repreenda, pois fez a coisa certa.
A Sociedade Bíblica de Uganda também manifestou contrariedade com a atitude, lembrando que algumas divergências são conhecidas pelos estudiosos, mas que não há alteração no sentido.
A tradução King James, primeira versão para o inglês, foi publicada originalmente em 1611, sendo revisada em 1769. Como acontece em várias línguas do mundo, há termos que caíram em desuso ou perderam seu sentido original com o passar do tempo. Os casos de ‘omissão’ de versículos apontados pelo pastor se dão pela escolha dos manuscritos no qual a tradução se apoia, por isso muitas Bíblias dizem “baseado nos melhores manuscritos”.
Com informações de All Africa
Tbm não gosto das novas traduções. Estão querendo destruir o verdadeiro evangelho, c certeza!
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