“Prefiro morrer como cristã do que sair da prisão sendo muçulmana”, diz paquistanesa

A cristã Asia Bibi está há dois anos na prisão por discutir religião com suas amigas de trabalho
Condenada a morte desde 2010, a paquistanesa Asia Bibi continua aguardando a decisão final para saber se será ou não enforcada por cometer o crime de blasfêmia. A cristã de quase 40 anos se envolveu em uma discussão religiosa com mulheres muçulmanas quando saia do trabalho.

Suas colegas tentavam forçá-la a voltar a servir Ala, mas Asia rebateu usando frases que foram entendidas como ofensivas: “Jesus está vivo, mas Maomé morto. O nosso Cristo é o verdadeiro profeta de Deus. Maomé não é real. Jesus morreu na cruz pelos pecados da humanidade, e Maomé, o que fez por vocês?”.

A polícia foi chamada e em 8 de novembro de 2010 Asia Bibi se tornou a primeira mulher a ser condenada à pena de morte por enforcamento no Paquistão, um crime que já condenou 45 pessoas nos últimos anos sendo que 43 destes já foram executados.

Há poucas informações sobre Asia, também chamada de Aasiya Noreen, mas o Portas Abertas relembra que duas pessoas já morreram por tentar defendê-la da morte, entre elas o Salman Taseer, muçulmano liberal, ex-governador da província de Punjab, ele foi assassinado pelo seu guarda pessoal depois que se manifestou em defesa da mulher.

O site do Portas Abertas pede para que os cristãos enxerguem Asia Bibi não como uma mulher condenada, mas como uma esposa, mãe que está proibida de conviver com sua família. “Asia não é apenas uma pobre figura atrás das grades. Ela é uma mulher, uma esposa, uma mãe, uma irmã, e uma filha. A Igreja que ora por ela precisa se lembrar que ela é uma mulher real, e que tudo o que enfrenta no seu cotidiano é real”.

GP

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