10 piores países para ser cristão

Liberdade de crença e religião são dois itens intrínsecos à liberdade de expressão e são ambos protegidos pelo 18º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, embora, em pleno século XXI, quase metade dos países do mundo criminalizem a blasfêmia, a apostasia ou a difamação à religião. 

Ainda, em 13 países, ateus podem ser condenados à pena de morte por sua falta de crença. E essa intolerância afeta a todos, inclusive a cristãos.

A perseguição ao cristianismo, hoje, uma das maiores religiões do mundo, não foi superada – como pensam alguns – com a conversão do Império Romano. Em diversos lugares, fiéis cristãos são discriminados, desalojados, torturados e até mortos por causa de sua fé.

A mídia ocidental frequentemente “esquece” de reportar esses incidentes. Como resultado, o pouco que sabemos é divulgado por instituições de defesa dos direitos humanos e por grupos cristãos. 

Aqui abaixo temos a lista, e suas estimativas, dos 10 países que mais perseguem a maior religião do ocidente feita pelo instituto americano Open Doors. Confira.

CORÉIA DO NORTE (300 MIL CRISTÃOS)



O país governado pela dinastia dos Kim encabeça pelo 12º ano consecutivo a lista de nações que mais perseguem cristãos, segundo o Open Doors. A organização estima que cerca de 70 mil fiéis estejam emprisionados em campos de trabalho forçado por causa de sua fé.

“A adoração do líder-Deus, Kim Jong-Un, e de seus antecessores não deixa espaço para qualquer outra religião, e, por isso, os cristãos enfrentam uma perseguição inimaginável em cada esfera de suas vidas” diz o grupo em seu site

“Eles são forçados a se encontrar em segredo, não ousando compartilhar sua fé até mesmo com suas famílias, temendo serem jogados nos campos de concentração. Qualquer um que seja pego participando de atividades religiosas suspeitas pode ser submetido à prisão, ‘desaparecimento’, tortura ou até execução pública”.

Um desses presos é o americano Kenneth Bae, famoso missionário que conduzia uma missão cristã no país. Pyongyang o sentenciou a 15 anos de trabalhos forçados, acusando-o de conspirar contra o governo através de atividades religiosas suspeitas.

SOMÁLIA (CERCA DE MIL CRISTÃOS REMANESCENTES)



A Somália não possui um legítimo governo central desde 1991 e facções gananciosas disputam sangrentamente o poder. Embora seja perigoso para qualquer indivíduo morar na região, tudo se torna ainda mais perigoso se você for um cristão.

No país, centenas de cristãos, desde 2009, foram mortos por insurgentes islâmicos ligados ao grupo radical al-Shabaab – a Juventude, em tradução livre – e cerca de um quarto de todos os cristãos somalis tiveram que fugir para outros países. 

Os fiéis remanescentes são perseguidos de forma intensa e só podem praticar sua fé secretamente. Em 2013, os extremistas executaram um dos líderes cristãos mais famosos do país, o pastor Muhammad Ali, e quase exterminaram sua família, que fugiu para o Quênia – além de assassinarem uma criança cristã recém-convertida.

O al-Shabaab tomou o controle da maior parte do sul do país e tem começado uma campanha a fim de varrer o cristianismo de todo o país. Entretanto, avaliações recentes indicam que eles podem estar perdendo poder e popularidade.

SÍRIA (1,3 MILHÃO DE CRISTÃOS)



Com o conflito civil que se arrasta há anos no país entre as forças do ditador Bashar al-Assad e os rebeldes do ISIS se tornando cada vez mais intenso, a violência contra os, antes tolerados, cristãos no país aumentou vertiginosamente. Massacres, chacinas e perseguições viraram rotina.

O ISIS conquista cidades todos os dias e as impõe à Sharia, a lei islâmica, oprimindo e subjugando os cristãos em todas as esferas da vida pública e privada. Caso haja resistência, todos são mortos.

Há relatos sobre muitos seguidores da fé cristã sendo sequestrados, fisicamente feridos e até mesmo executados; além disso, incontáveis igrejas foram danificadas ou destruídas. 

Em outubro de 2013, milícias islâmicas ligadas ao ISIS invadiram o histórico assentamento cristão de Sadad, matando, pelo menos, 45 pessoas e ferindo muitas mais. Dentre as vítimas do massacre havia crianças, inválidos, mulheres e idosos.

IRAQUE (400-600 MIL CRISTÃOS)



Houve um aumento considerável no número de ataques e ameaças aos cristãos no país desde 2013. Grupos terroristas islâmicos, influenciados pelo conflito na Síria, estão angariando cada vez mais adeptos. 

Uma de suas revindicações é o total esvaziamento de cristãos do país, e a situação só se agrava a cada dia, dada a ineficiência do governo em conter tais grupos.

Segundo estimativas, diariamente um cristão é morto, abusado ou sequestrado. Como se trata de uma pequena minoria – cerca de 1% da população – cristãos são alvo fácil para os terroristas. Até mesmo na região semi-autônoma do Curdistão iraquiano, no norte do país, a segurança dos cristãos está se deteriorando.

Ataques a igrejas e a instituições cristãs também aumentaram expressivamente desde o final 2010. Em outubro de 2010, pelo menos 58 cristãos foram mortos num atentado à bomba durante uma reunião religiosa de cristãos na catedral de Nossa Senhora da Salvação da Igreja Católica Síria em Bagdá. Já no natal de 2013, outro atentado promovido por extremistas matou mais 40 pessoas em outra igreja da capital.

AFEGANISTÃO (1-8 MIL CRISTÃOS)



Abertamente cristãos afegãos enfrentam constante pressão da família, da sociedade e dos agentes estatais. A fé cristã é praticamente ilegal no país e fiéis geralmente são forçados à máxima discrição, nunca podendo se reunir juntos publicamente, nem pregar em locais públicos.

Em junho de 2010, o congressista do parlamento nacional, Abdul Sattar Khawasi,clamou em plenário pela execução de todos os ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo, depois de ter visto uma cerimônia de batismo na televisão afegã, Noorin TV. 

Nas palavras do deputado: “Aqueles afegãos que aparecem nesse vídeo devem ser executados em praça pública! Esta casa deveria ordenar à polícia e à NDS (Agência Nacional de Inteligência) que prenda esses cidadãos e os execute”.

Como resultado, muitos cristãos fugiram do país ou começaram a se esconder. Ainda, em agosto do mesmo ano, o Taliban – grupo terrorista que governou o país por cinco anos – assassinou dez membros de uma equipe médica cristã que estava provendo tratamento oftalmológico em vilas longínquas no norte do país.

ARÁBIA SAUDITA (0,5-1 MILHÃO DE CRISTÃOS)



Não há liberdade religiosa no islâmico Reino da Arábia Saudita. A adoração pública a qualquer religião que não seja o Islã é absolutamente proibida e a conversão do islamismo para qualquer religião é crime cuja pena é a morte. 

A maioria dos cristãos que lá vivem são trabalhadores estrangeiros monitorados, que têm permissão para adorar privadamente, dentro de suas casas, seu Deus. Ainda assim, alguns deles às vezes enfrentam dificuldade.

Por exemplo, em outubro de 2010, doze filipinos católicos e um padre foram presos enquanto realizavam uma missa dentro de uma residência. Eles foram verbalmente acusados de “blasfêmia contra o Islã” e educadamente deportados para sempre da Arábia Saudita – deportações gentis tem se tornado a nova tática favorita da Mutaween, a polícia religiosa saudita, que assim evita a atenção da imprensa internacional.

Cristãos sauditas tem medo de declarar abertamente sua fé e até de conversar a respeito, mesmo com a própria família. Há inúmeras histórias de cristãos que foram severamente feridos e punidos por conta de perseguição religiosa.

ILHAS MALDIVAS (CERCA DE 500 CRISTÃOS)



Ser maldívio, à lei do país, é sinônimo de ser muçulmano, tanto que oficialmente não existem maldívios cristãos, só ex-cristãos. O governo se vê como o protetor da fé islâmica e a lei proíbe conversão a qualquer outra fé. Aqueles que desobedecem, perdem sua cidadania.

Há um grande controle social sobre os indivíduos, visando corrigir qualquer desvio do caminho islâmico. A pressão é tão forte que entra até nos seios familiares e comunitários. 

Consequentemente, não há qualquer prédio ou construção cristã nas Ilhas Maldivas, e os poucos maldívios cristãos são obrigados a esconder sua fé para não serem descobertos.

Todos os cidadãos do país são obrigados a serem muçulmanos, pois a Sharia, a lei islâmica, proíbe qualquer outra religião. Templos e igrejas são proibidos e até mesmo importar literatura cristã ou budista é estritamente proibido. 

Novos regulamentos que regem a prática religiosa foram apresentados pelo governo em 2010, e políticas mais rígidas foram impostas aos turistas após alguns serem descobertos com Bíblias.

PAQUISTÃO (5,3 MILHÕES)



Os cristãos do Paquistão se veem num fogo cruzado – entre as organizações militantes islâmicas, que rotineiramente segmentam e estigmatizam os cristãos, e uma cultura segregacionista islâmica que lega aos cristãos o isolamento do resto da população. 

As famosas leis de blasfêmia do país continuam a ter consequências devastadoras para as minorias não islâmicas, incluindo os cristãos.

Mulheres e meninas de grupos minoritários são particularmente vulneráveis, e agressões sexuais contra jovens cristãs – e de outras minorias religiosas – menores de idade por homens muçulmanos continuam a ser muito frequentes. 

Em setembro de 2013, um duplo ataque à bomba à igreja Anglican All Saints em Peshawar deixou 89 pessoas mortas.
IRÃ (500 MIL CRISTÃOS)



Embora a constituição iraniana conceda alguma liberdade religiosa aos segmentos minoritários do islamismo, assim como a cristãos, judeus e zoroastristas, houve um aumento acentuado no número de cristãos presos no Irã em 2010. 

Apesar de alguns serem libertados mais tarde, a pressão sobre as igrejas cristãs continua a ser muito elevada no país.

Muitos dos cerca de 500 mil cristãos iranianos de origem muçulmana vivem com medo de perseguição religiosa por parte do governo. Para piorar, o regime iraniano perdeu uma grande dose de legitimidade, após a convulsão social das eleições de 2009, com as manifestações posteriores. 

Em um esforço transparente para desviar a atenção dos contínuos protestos e atendendo aos pedidos dos setores mais radicais, o governo iraniano tem recomeçado o ataque contra os cristãos fervorosamente.

IÊMEN (3,000 CRISTÃOS)



A religião oficial da República do Iêmen é o Islã e a Sharia é a fonte de todas as questões jurídicas. Embora estrangeiros não tenham limitada sua liberdade religiosa, é estritamente proibida a evangelização de qualquer tipo. 

Um caso curioso aconteceu quando alguns trabalhadores estrangeiros foram deportados, em 2010, por discutir o cristianismo inocentemente com muçulmanos que perguntaram sobre a religião.

Além disso, os iemenitas não estão autorizados a deixar o Islã; aqueles que se convertem ao cristianismo enfrentam a perseguição de familiares, autoridades e grupos extremistas. Pior, movimentos terroristas e separatistas tem feito o Iêmen muito instável recentemente: o voluntário Christian Johannes Hentschel, sua esposa Sabine e seus filhos Lydia, Anna e Simon, juntamente com o engenheiro britânico casado Anthony Saunders, foram, ao lado de outros três estrangeiros, sequestrados no noroeste da província iemenita de Saada.

Há alguns meses, Anna, 3, e Lydia, 5, foram resgatados por forças de segurança da vizinha Arábia Saudita. Entretanto, os sauditas também encontraram os corpos de três outros cristãos sequestrados, os alemães Rita Stumpp e Anita Gruenwald, além do professor sul-coreano, Eom Young Sun. Investigadores alemães e britânicos, desde então, continuam na busca pelos outros reféns.

Fonte Blogando Tudo

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