Um cachorro permaneceu ao lado da companheira por pelo menos dez horas, numa das avenidas mais movimentadas de Sorocaba (a 99 km de São Paulo), depois que a cadela foi atropelada e morreu.
Os dois animais andavam juntos pelas ruas do bairro há alguns meses e foram descritos como "inseparáveis" por comerciantes que trabalham no local.
O atropelamento ocorreu na madrugada desta sexta-feira (31), na avenida Ipanema. A cadela não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. A cena chamou a atenção de quem passava pelo local pela manhã, dentre eles a cabeleireira Rosimara Ferreira, que fez imagens da cena.
"O cachorro não deixava ninguém chegar perto, parecia que estava protegendo a cadela mesmo. Foi uma cena muito triste, todo mundo que viu chorou", contou.
Segundo Mariana Borgui, que trabalha com proteção aos animais em Sorocaba, o cachorro deixou o local depois que o corpo da companheira foi retirado, no começo da tarde, e teria sido recolhido por uma veterinária.
Já a remoção do corpo da cadela foi feita por um popular, em veículo próprio. Procurada, a Polícia Civil informou que não recebeu nenhuma denúncia sobre o caso.
Dupla vivia inseparável nas ruas
A amizade dos dois cachorros começou depois que o cachorro bege chegou ao local, há cerca de três meses. O dono do animal não foi identificado. Já a cadela vivia na rua há mais de um ano e não se sabe se ela já teve algum dono.
"Eles não se largavam, onde estava um, o outro logo aparecia também. Eram muito queridos por todos", disse Josué Gonçalo, 45, que trabalha nas proximidades de onde o acidente ocorreu.
Mariana ressalta, entretanto, que, independente de ter sido abandonado ou fugido, o caso pode servir de alerta e indicar a importância da posse responsável. Ela defende que os animais sejam identificados e que os donos sejam responsabilizados pelo eventual abandono.
"O dono tem que ser responsável. Na pior das hipóteses, precisa se responsabilizar pela escolha de um novo lar e acompanhar essa rotina de perto. E, tanto se o animal fugiu como se foi abandonado, isso mostra uma negligência que não pode acontecer", disse.
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