Em nova sessão da CPI da Petrobras nesta segunda-feira (11), o doleiro Alberto Youssef afirmou que se sentia mais seguro para realizar os pagamentos de propina já que o Planalto estava ciente do esquema.
Além da declaração, o doleiro abordou outros temas polêmicos, como o envolvimento de Eduardo Cunha(PMDB-RJ) e a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Na minha opinião, o Palácio [do Planalto] sabia. Mas eu não tenho como provar isso"
Youssef afirmou ao deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa dizia que o Planalto "tinha que estar ciente" das transações. Ao ser questionado se isso o deixava mais seguro, o doleiro respondeu que sim.
“A partir do momento em que Paulo Roberto Costa disse pra mim que Paulo Bernardo [ex-ministro do Planejamento e das Comunicações] foi pedir R$ 1 milhão a ele para a campanha da [senadora] Gleisi Hoffmann de 2010, na minha opinião, o Palácio sabia. Mas eu não tenho como provar isso", disse.
Remessa de dinheiro a Eduardo Cunha
Youssef afirmou que não pode confirmar a remessa de dinheiro da OAS para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele explicou que era "comum o procedimento de entregar sabendo o nome apenas do intermediário e não do destinatário final dos recursos desviados".
Ele, contudo, disse ter feito repasses para Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que seria o operador do PMDB no esquema. O doleiro reafirmou repasses destinados a lideranças pepistas, como o ex-ministro Mário Negromonte, o senador Ciro Nogueira e o deputado Aguinaldo Ribeiro.
Propina PP e PT a mandato de Lula
O doleiro afirmou que PT e PP dividiram uma propina de R$ 6 milhões que teria sido paga a uma agência, a Muranno Marketing Brasil, em 2010, a pedido de Paulo Roberto Costa.
Segundo o doleiro, o valor pago para a Muranno foi uma ordem do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, que teria sido acionado por Lula.
Youssef revelou ainda que a quase totalidade dos R$ 7 milhões que a Muranno e outra agência de publicidade do Rio tinham a receber foi paga com dinheiro de propina. A Muranno prestou serviços para a Petrobras, em provas da Fórmula Indy, nos Estados Unidos sem contrato.
De R$ 7 milhões que ela teria a receber, parte não foi paga e o dono estaria cobrando o pagamento.
(Com informações da Estadão Conteúdo e Agência Câmara)
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