Nomes de pessoas ligadas a pelo menos seis partidos políticos brasileirosestão na relação do #SwissLeaks, uma lista de dados do banco HSBC na Suíça que mostra detalhes sobre mais de 100 mil correntistas e movimentações, registradas entre 1988 e 2007. Entre as 6,6 mil contas ligadas a 8.667 clientes brasileiros constam figuras relacionadas ao PT, PSDB, PMDB, PDT, PP e PTC.
De acordo com a relação, divulgada nesta quinta-feira (26) pelo jornalista Fernando Rodrigues (UOL), portador dos dados completos no Brasil, há pelo menos 11 pessoas ligadas a esses seis partidos. Estão listados o empresário bilionário e suplente de senador Lirio Parisotto (PMDB-AM), o integrante da Executiva Nacional do PSDB Márcio Fortes, o vereador Marcelo Arar (PT-RJ), o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira (PDT) e um assessor, o presidente nacional do PTC, Daniel Tourinho, e duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).
Dos mencionados, o que possuía mais dinheiro no banco na Suíça era Parisotto, com um saldo de quase US$ 46 milhões entre 2006 e 2007 em cinco contas. Nenhuma delas consta na declaração de bens prestada à Justiça Eleitoral, de acordo com Rodrigues.
Já o tucano Fortes tinha três contas e é conhecido, além de ter ocupados cargos no BNDES, no Banerj e no Ministério da Fazenda, por ser um doador constante em campanhas eleitorais.
Por outro lado, Tourinho, hoje líder do PTC, foi o fundador do Partido da Juventude, que viria a se tornar o PRN, sigla pela qual Fernando Collor de Mello seria eleito presidente da República.
Justamente no ano do impeachment, em 1992, Tourinho teve contas no HSBC por um período curto de alguns meses. Nas últimas duas eleições, apoiou Dilma Rousseff (2010) e Aécio Neves (2014).
Ausente entre os vários parlamentares do PP citados pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot em seu pedido de abertura de investigação, Paulo Maluf tem duas de suas irmãs – Therezinha Maluf Chamma e Nelly Maluf Jafet – mencionadas na lista.
Existe ainda a citação dos nomes de três filhos do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), mas todos apresentaram documentos que comprovam que as contas foram declaradas à Receita Federal e ao Banco Central, como manda a legislação brasileira para quem possuir contas no exterior (é lícito, desde que declarado).
A demora na divulgação de políticos envolvidos, segundo Rodrigues, se deveu ao fato de ter sido necessário o cruzamento de dados de todos os integrantes do Congresso Nacional (513 deputados e 81 senadores), outros 162 senadores suplentes, a Presidência da República, as Assembleias Legislativas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além das Câmaras de Vereadores das cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio.
O jornalista procurou todos os demais citados, que ou negaram qualquer irregularidade, ou se recusaram a comentar sobre as supostas contas no HSBC suíço. Rodrigues explicou ainda que, apesar de políticos conhecidos não terem aparecido na lista, isso não significa que eles não possuam contas no exterior.
Brasil Post
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