Malásia: Conselho Islâmico perde ação que apreendeu CDs de uma cristã por ter a palavra 'Alá'

Liberdade religiosa - O Supremo Tribunal de Kuala Lumpur ordenou a devolução dos CDs, mas o Tribunal de Justiça se recusou e entrou com apelo

O Conselho Islâmico Federal fez um pedido para que o Tribunal de Recurso da Malásia pudesse intervir no direito de uma cristã em carregar CDs que têm a palavra 'Alá' no título, mas perdeu.

Jill Ireland, cristã de 33 anos que mora em Sarawak, teve oito CDs de músicas cristãs apreendidos em um aeroporto no ano de 2008, quando os levava da Indonésia para a Malásia.

O caso foi aos tribunais na mesma época em que o jornal cristão Herald lutava pelo direito de usar a palavra 'Alá' quando quisesse se referir a Deus, mas o Tribunal Federal determinou que o jornal não poderia mais fazê-lo alegando que uso da palavra 'Alá' poderia confundir muçulmanos malaios e promover a fé de forma negativa.

Lawrence Andrew, editor do jornal, não aceitou a decisão e entrou com recurso explicando que a palavra 'Alá' para se referir a Deus existe muito antes do Islã e já era usada por cristãos europeus há centenas de anos.

No caso da cristã Jill Ireland, o Supremo Tribunal de Kuala Lumpur ordenou a devolução dos CDs em julho de 2014, mas o Tribunal de Justiça se recusou e entrou com apelo sobre o uso constitucional da palavra.

Para a Federeção Nacional Cristão Evangélica da Malásia, essa é só mais uma tentativa de acabar com a liberdade religiosa dos não-muçulmanos do país. "Esta é outra tentativa séria de se despir, restringir, e alterar o direito de professar e praticar a sua fé em Jesus”, afirma a organização.

Fonte: Guiame, com informações da Portas Abertas

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