Episódio de “South Park” mostra um Jesus drogado e fã do Pussy Riot

Insinuações que Jesus se dopava irrita cristãos.
Não é de hoje que o seriado South Park, criado por Trey Parker e Matt Stone, provoca a ira de cristãos. O desenho animado, que mostra as aventuras de 4 meninos de uma pequena cidade do interior dos EUA, já fez piadas com praticamente todo o tipo de religião. Foi ao ar originalmente na MTV, 16 anos atrás. Chegou a ser cancela, mas foi “ressuscitada” pelo canal Comedy Central. Aqui no Brasil vai ao ar pelo canal de TV VH1.

Jesus é um dos personagens da série e convive normalmente com os demais habitantes da cidade e, vez por outra, traz algum ensinamento. Em anos anteriores, ele já teve embates com o personagem Satanás e os dois inclusive resolveram diferenças num ringue de boxe.

No episódio mais recente, exibido dia 31/10, um dos temas foi o caso de doping e o consequente banimento de Lance Armstrong, ciclista que ganhou vários títulos mundiais e era considerado um dos maiores ídolos do esporte nos EUA. Em um dos diálogos, Jesus é comparado a Armstrong, que precisava “se drogar para melhorar a performance” neste caso, para realizar milagres.

Quando os moradores de South Park demonstram sua revolta por terem descoberto isso, Jesus, passa a defender a luta dos fazendeiros da Bielorrússia. “Estes são tempos problemáticos e estes agricultores estão literalmente lutando por suas vidas”, diz Jesus em frente às câmeras de TV. Quando ele afirma que já havia conversado com o governo e com os agricultores e finaliza “Acho que temos tudo praticamente certo”, os tanques abrem fogo contra os manifestantes desarmados.

Numa cena posterior, Jesus faz um longo discurso para justificar o uso de doping se declarar fã da banda punk Pussy Riot. Cercado pelos fieis, afirma: “Graças a vocês, meus filhos cheguei até aqui… todos nós já passamos por muita coisa. Fomos acusados de ‘probleminhas’ que não significam nada. Eles transformaram a minha mensagem dando a ela outro significado… e as coisas que eu fiz?… Então, o que aprendemos com esse grande roubo é que… Quando quisermos defender uma causa não devemos usar essas pulseirinhas com mensagens. Vamos colocar as nossas causas de volta no lugar delas, que é bem aqui… numa camiseta!”. Ele coloca a mão piedosamente sobre o coração antes de abrir sua túnica e mostrar a frase enquanto grita: “Free Pussy Riot” [Libertem o Pussy Riot]

Esse é o nome de um grupo punk da Rússia formado por três mulheres, cujos membros foram condenadas à prisão por ofenderem o presidente Vladimir Putin durante uma missa na Igreja Ortodoxa. Duas delas continuam na cadeia.

Os pedidos pela libertação das meninas do Pussy Riot já contou com o apoio de centenas de ativistas dos direitos humanos, religiosos, e artistas como Madonna , Faith No More , Franz Ferdinand, Paul McCartney, Björk e Red Hot Chili Peppers. Mesmo com todos esses apoiadores, o fato de Jesus aparecer no desenho com a camiseta desagradou “alguns setores da sociedade americana”.

Traduzido de Rferl
GP

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